Notícia
Tsipras garante à justa governação até às eleições de outubro
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ultrapassou a moção de confiança e, se não houver nenhuma surpresa, assegurou que continua a chefiar o governo helénico até às legislativas previstas para outubro.
O primeiro-ministro helénico, Alexis Tsipras, ultrapassou, esta quarta-feira, a moção de confiança a que se tinha sujeito na sequência da demissão do seu ministro da Defesa. Com 151 votos favoráveis e 148 contra, o também líder do Syriza venceu mesmo à justa, já que se ficou pelo limiar mínimo que garantia a aprovação da moção de confiança. Se perdesse, abria-se via à convocação de eleições antecipadas
Além do apoio dos 145 deputados do Syriza, Tsipras beneficiou ainda da "deserção" de quatro parlamentares dos Gregos Independentes (Anel, direita nacionalista e partido júnior que governa a Grécia desde 2015), do voto do deputado do centrista To Potami e ainda da deputada independente Katerina Papacosta.
Antes da votação realizada pelas 22:00 em Atenas (21:00 em Lisboa), Tsipras apelou aos deputados a votarem pela "estabilidade" do país, isto depois de nos últimos dias ter defendido a importância de não desestabilizar a governação a tão pouco tempo de eleições e poucos meses após a Grécia ter saído, no verão passado, do programa de assistência financeira negociado com a troika, embora permanecendo ainda sob vigilância externa pós-resgate.
Agora, em princípio já na próxima semana, deverá ter lugar uma nova votação decisiva no parlamento grego sobre a questão relacionada com o acordo acerca do nome da Macedónia. Votação cujo resultado é mais incerto, principalmente depois de o To Potami ter adiantado que o voto à revelia do seu deputado poderá implicar uma alteração no sentido de voto deste partido aquando da votação do acordo para a mudança do nome da Macedónia que até aqui apoiava.
É que os nacionalistas helénicos recusam o acordo fechado com as autoridades da Macedónia para que este país se passe a designar República da Macedónia do Norte, considerando que Skopje poderá vir a reivindicar a região grega da Macedónia. Depois de já ter sido aprovada pela Macedónia, a alteração do nome carece ainda da aprovação pela Grécia. Só depois o governo macedónio pode avançar com os pretendidos pedidos de adesão à União Europeia e à NATO.
Foi precisamente o acordo sobre a Macedónia que provocou a demissão de Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes. Kammenos rejeita este acordo com o qual Tsipras quer pôr fim a décadas de disputa entre a Grécia e a Antiga República Jugoslava da Macedónia.
Também o maior partido da oposição, o Nova Democracia (ND, centro-direita), é contra o acordo. O líder do ND, Kyriakos Mitsotakis, insistiu que o melhor caminho seria realizar eleições o quanto antes e defendeu que o acordo sobre a Macedónia contém o perigo de se reconhecer a "étnia e língua" da "assim chamada Macedónia". A mais recente sondagem do instituto Opinion Poll atribui a vitória ao ND com 31.5% das intenções de voto, seguido pelo Syriza com apenas 16,5%.
(notícia atualizada pela última vez às 22:35)