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Teresa Leal Coelho demitiu-se contra disciplina de voto

Teresa Leal Coelho afirmou hoje que se demitiu da direcção parlamentar do PSD contra a disciplina de voto relativamente ao referendo sobre co-adopção e adopção por homossexuais, referindo que era suposto ter havido liberdade na bancada.

Bruno Colaço/Correio da Manhã
20 de Janeiro de 2014 às 20:37
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"Quando a deliberação é tomada, de aceitar a apresentação da iniciativa de referendo, é com uma clara noção de que era preciso salvaguardar a liberdade de voto", afirmou a deputada e vice-presidente do PSD à agência Lusa, adiantando que isso aconteceu "em todas as sedes" do partido.

 

Teresa Leal Coelho acrescentou que a sua "expectativa era a da liberdade de voto até 48 horas antes da votação" de sexta-feira, à qual faltou, e na qual a proposta de referendo de um grupo de deputados do seu partido foi aprovada em plenário pela bancada do PSD. "Em circunstância alguma aceitaria a disciplina de voto", frisou.

 

Dois dias antes da votação de sexta-feira, a direcção parlamentar do PSD levou esta questão a discussão em reunião da bancada, colocando a votação o apoio à proposta de referendo e a aplicação de disciplina de voto, posição que foi aprovada pela maioria dos deputados, com 12 votos contra - incluindo o seu - e cerca de 70 a favor.

 

Teresa Leal Coelho disse ter apresentado a demissão de vice-presidente da bancada do PSD antes da votação de sexta-feira, ausentando-se em seguida do plenário.

 

De acordo com a deputada, "fazendo as contas às declarações de voto" conclui-se que "a proposta de referendo foi aprovada porque não houve liberdade de voto" na bancada do PSD.

 

"Aceitei que os meus colegas apresentassem uma iniciativa de referendo no contexto da liberdade de voto, aquilo que eu não aceito é ser obrigada a votar essa iniciativa. A minha demissão decorreu da disciplina de voto", reforçou, defendendo que teve "uma posição inequívoca" sobre este assunto desde o início.

 

Segundo a social-democrata, a possibilidade de co-adopção de crianças por homossexuais "não é matéria passível de ser referendada", porque "está em causa uma restrição de ordem jurídica que tem de ser eliminada". Teresa Leal Coelho afirmou pensar "o mesmo em relação à adopção sem reservas".

 

E advogou que "o projecto de referendo é indissociável da substância".

 

Àqueles que sugerem que mudou de opinião, por ter aprovado a 22 de Outubro a decisão da Comissão Política Nacional do PSD de "não se opor" à apresentação da proposta de referendo, Teresa Leal Coelho respondeu que "é absolutamente falso" e invocou a democracia interna. 

 

"O meu problema não está com a iniciativa de referendo. Respeito que os meus colegas tenham posições divergentes das minhas e percebo perfeitamente que haja quem tenha dificuldade em perceber a minha posição", assinalou.

 

"O PSD admitiu a iniciativa, porque é prática do PSD. O projecto de resolução entrou, mas isso não queria dizer que fosse aprovado, porque depois era suposto haver liberdade de voto", argumentou.

 

 

 

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