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TAP: CDS critica PS por obrigar portugueses a pagar "buraco" para servir apenas Lisboa

O CDS-PP disse este domingo que o Governo socialista considera que "os portugueses têm obrigação de pagar o buraco financeiro da TAP", mas apenas para servir a região de Lisboa, já que o Porto foi abandonado pela companhia aérea.

A TAP recebeu ainda em julho a primeira tranche, de 250 milhões de euros, do empréstimo do Estado.
Miguel Baltazar
18 de Outubro de 2020 às 19:19
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"O ministro Pedro Nunos Santos, com infeliz prepotência, afirma que 'a TAP é do povo português, para o bem e para o mal', querendo com isto significar que os contribuintes portugueses têm de pagar sem questionar os desvarios ideológicos e despesistas do Partido Socialista", critica o CDS-PP, num comunicado enviado à agência Lusa, assinado pelo vice-presidente Raul Almeida.

O CDS-PP condena o facto de, para Pedro Nuno Santos e para o Governo socialista, "todos os portugueses têm obrigação de pagar o buraco financeiro da TAP, mas só a região de Lisboa tem direito a ser servida" pela companhia.

"Para nossa absoluta perplexidade, a TAP, que todos os portugueses pagam, abandona o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o mais importante do noroeste peninsular, com a esfarrapada desculpa de falta de rentabilidade na operação, desculpa, entretanto, desmentida cabalmente pelo prejuízo crónico de algumas rotas intocadas a partir de Lisboa", critica.

De acordo com os centristas, "o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem conhecido, até ao período de pandemia, um crescimento constante, fruto da operação de diferentes companhias".

"Curiosamente, a companhia de bandeira alemã opera rotas fundamentais a partir do Porto, de modo rentável, sem que os contribuintes alemães tenham de a sustentar com os seus impostos. A TAP, pelos vistos, não tem uma gestão à altura de o conseguir", aponta.

O Governo socialista, condena o CDS-PP, apesar da injeção de dinheiro dos contribuintes na TAP, "não questiona o serviço público, a coesão territorial ou a equidade contributiva".

"O CDS questiona tudo isto, chocado com o escândalo que constitui esta inexplicável decisão, exigindo responsabilidade política a quem a tem e defendendo Portugal no seu todo, e nunca uns em detrimento de outros", conclui.

Na quinta-feira, numa audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no parlamento, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse que as quatro rotas criadas no aeroporto do Porto, para Amesterdão, Milão, Zurique e Ponta Delgada, estão com "46% da lotação em média" e são "neste momento um prejuízo para a TAP".

"Pelos vistos, são as quatro rotas do Porto que dão prejuízo à TAP. As rotas de Lisboa darão lucro. A nova rota Lisboa/Bilbau deve ser um 'must' em termos de rentabilidade e importantíssima para uma estratégia nacional. Promover visitas ao Gugenheim basco é 'top'. Mas, senhor ministro, são boas notícias", ironizou, no dia seguinte, o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, numa publicação na sua página na rede social Facebook.



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