Notícia
Só Bloco e PCP "não convidaram" Mário Ferreira para entrar na política
O líder da Douro Azul assume convites do "centrão" e que "não tem problemas em votar" em diferentes partidos. Critica a "excessiva concentração" em Lisboa e aconselha o Governo a preocupar-se mais com a dívida pública.
O empresário Mário Ferreira assume que já foi convidado "várias vezes" para integrar os partidos políticos que "costumam estar nos governos", em referência ao PS, PSD e CDS-PP. "Só o Bloco de Esquerda e o PCP ainda não me convidaram, mas os outros sim", detalha, explicando a recusa para poder manter "uma atitude isenta" face à política.
Admitindo já ter votado nos três partidos do "arco da governação", como costumam ser designados, o líder da Douro Azul resume, em entrevista ao Jornal de Notícias esta segunda-feira, 25 de fevereiro, que "há políticos que [admira] em todos esses partidos e não [tem] problemas em votar neles, independentemente da cor partidária".
Crítico da "excessiva concentração" das decisões e dos investimentos em Lisboa – "qualquer grande evento vem para a capital [e] não pode ser" –, Mário Ferreira sublinha que "há coisas que têm sido bem feitas por este Governo", que apanhou um ciclo económico "muito favorável" e "tem sabido aproveitar bem essa circunstância".
"Se calhar, preocupava-me mais com a questão da dívida pública. Em termos de gestão, era importante ganharmos uma almofada. Essa é a minha primeira preocupação. De resto, é difícil falar muito bem, ou muito mal, porque os governos não são como as empresas, uma vez que vivem muito daquilo que é o ciclo económico na Europa e no mundo", acrescenta nesta entrevista.
Enquanto presidente da Alfândega, posição que ocupa há três anos, Mário Ferreira salienta que em 2018 registou "o melhor resultado líquido de sempre", mais de um milhão de euros, e promete que no próximo mandato irá ser construído um auditório para 500 pessoas e um passadiço para ligar o corpo central do edifício à ala nascente. Já a reabilitação do parque de estacionamento, que diz ser "a maior sombra negra que paira sobre a instituição", depende de uma negociação com a Infraestruturas de Portugal.