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Mário Ferreira instala-se na Flórida para conquistar a América
O empresário vai abrir escritório nos Estados Unidos, onde quer replicar a sua Nicko, que opera duas dúzias de navios-hotel em 15 rios em três continentes. Entretanto, já tem completamente fretado o seu primeiro navio oceânico para os próximos cinco anos.
Mário Ferreira, que começou em 1993 a sua aventura empresarial cruzeirista, com apenas um barco no rio Douro, tornou-se um dos gigantes mundiais no segmento de cruzeiros fluviais e está a escassos cinco meses de arrancar com os expedicionários em zonas de acesso limitado a navios de maior porte, como cruzeiros na Antártida ou Ártico.
Actualmente com 13 navios-hotel em operação no Douro, o grande salto aconteceu há três anos com a compra da alemã Nicko Cruises, em sede de insolvência, que opera duas dúzias de navios-hotel em 15 rios em três continentes.
Entretanto, Mário Ferreira tem em construção nos estaleiros navais de Viana do Castelo, do grupo Martifer, mais três navios para o Douro, que entrarão em operação até Abril próximo, e o seu primeiro navio oceânico, para a Antártida, tendo esta semana adjudicado mais dois desta classe.
E ao Negócios, na edição desta quarta-feira, 14 de Novembro, revelou que irá adjudicar no próximo ano mais quatro navios-hotel para o Douro.
Mais uma novidade: Mário Ferreira vai abrir um escritório em território norte-americano para comercializar cruzeiros sob a sua marca Mystic Cruises. "Queremos fazer uma ‘Nicko’ nos Estados Unidos", sintetizou o empresário, em declarações ao Negócios.
Para já, esta nova frente comercial irá estar focada na promoção dos cruzeiros a realizar pelos navios oceânicos do grupo português, devendo mais tarde passar a vender as operações globais da Mystic Invest, "holding" de Mário Ferreira.
"Em princípio", o escritório nos Estados Unidos, "a abrir no princípio do próximo ano", irá ficar instalado em Fort Lauderdale, na Flórida, "e começará com uma equipa de 10 pessoas, que estarão orientadas para as vendas e marketing".
A operação de abertura deste escritório é liderada por Alberto Aliberti, representante do grupo de Ferreira em Miami e que trabalha com o empresário português "há cerca de 15 anos".
A opção por Fort Lauderdale resultou de um estudo realizado pela Mystic Invest sobre possíveis localizações, que abrangeu Miami, Nova Iorque, Los Angeles, Connecticut e Boston, comparando os regimes fiscais, a média salarial para os perfis profissionais que procuram e o preço médio do aluguer de imóveis de cada uma destas cidades. A melhor oferta de Fort Lauderdale neste último factor foi determinante para a escolha de Ferreira.
Construir uma frota de 10 navios oceânicos, andar por Cuba e Costa Rica em 2020
Relativamente ao primeiro navio oceânico da Mystic Cruises, em fase final de construção nos estaleiros de Viana, falhou a primeira época na Antártida. O World Explorer deveria realizar este mês a sua viagem inaugural e rumar depois à Antártida, regressando em Abril à Europa, mas como só entrará em operação em Abril, vai arrancar no Velho Continente.
A operadora internacional Quark Expeditions, que tinha inicialmente contratado com a Mystic o fretamento do World Explorer por dois anos, reforçou a aliança com o grupo português para cinco anos, garantiu Mário Ferreira, adiantando que já vendeu "a totalidade da ocupação nos cruzeiros para a Antártida a bordo do World Explorer e até 2023".
"Os cruzeiros para 2019 estão também já praticamente esgotados, seja no Ártico, ou Fiordes Noruegueses, Gronelândia, Mediterrâneo, Báltico e Mar do Norte, tudo vendido no mercado alemão através Nicko Cruises", afirmou.
"Com este cenário de sucesso", Ferreira concluiu que era fundamental avançar com a construção de mais dois navios oceânicos, o World Voyager e o World Navigator, que irão juntar-se ao World Explorer em 2020 e 2021, respectivamente, num investimento global superior a 210 milhões de euros.
"Estes três serão os primeiros de uma frota de 10 navios oceânicos que iremos desenvolver e construir", rematou o empresário.
Última novidade, para já: "em 2020, o Voyager não vai para a Antártida, porque não vai concorrer com a Quark, mas fazer algo muito original - os portos pequenos das cidades históricas de Cuba e também expedições pela América Central, passando pela Costa Rica", revelou Mário Ferreira.