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Rússia deverá entrar em recessão nas próximas semanas, diz João Leão

O ministro das Finanças, João Leão, afirmou esta quarta-feira que as sanções impostas à Rússia estão a ter um "forte impacto" na economia do país, notando que esteve deve entrar em recessão nas próximas semanas.

João Leão, ministro das Finanças, apenas se comprometeu com um défice melhor do que a meta de 4,3%.
Mariline Alves
02 de Março de 2022 às 20:05
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Os ministros da Economia e Finanças da União Europeia (UE) estiveram hoje reunidos, em formato virtual, para debater o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e o impacto das medidas adotadas.

"Foi dada nota e é um consenso generalizado de que as sanções estão, nesta fase, a ter um forte impacto na economia russa", afirmou o ministro das Finanças, João Leão, em declarações à Lusa.

Conforme destacou o governante, tudo indica que a Rússia "vai entrar em recessão económica nas próximas semanas".

Verifica-se uma "forte desvalorização" do rublo (moeda local), que caiu 30%, face à semana anterior, enquanto as taxas de juro passaram de 9,5% para 20%.

Por outro lado, o mercado de capitais está fechado há três dias e há uma corrida aos bancos e aos depósitos.

Os ministros querem também encontrar mecanismos para que a Rússia não possa contornar as sanções impostas, por exemplo, ao nível dos criptoativos.

"Em geral, todos os ministros estavam de acordo de que se deve evitar que a Rússia use a Bielorrússia como uma forma de evitar as sanções", acrescentou.

Neste sentido, poderá ser discutida a possibilidade de estender algumas sanções à Bielorrússia.

João Leão avançou ainda que os ministros, de forma unânime, estão abertos a considerar mais sanções a aplicar à Rússia.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.


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