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Rio quer Portugal preparado para o "pior cenário" e não afasta austeridade
O presidente do PSD considera que o "otimismo" dos partidos da esquerda que apoiam o Governo é algo que agrada a todos, porém avisa que o país tem de estar preparado para o "pior cenário" e uma eventual segunda vaga da pandemia, pelo que Rio não exclui uma eventual necessidade de medidas de austeridade.
Estas foram ideias transmitidas pelo presidente do PSD durante a cerimónia que, esta manhã, assinala a passagem de 46 anos do 25 de abril de 1974. Rui Rio começou por destacar a capacidade demonstrada pelo regime democrático que, "sem complexos, mostrou ser capaz de responder com a legalidade constitucional, perante uma ameaça séria à nossa saúde coletiva".
"Portugal não tem a democracia suspensa. Tem a democracia bem presente, ao demonstrar que ela encerra em si mesma mecanismos de funcionamento capazes de responder com eficácia a uma circunstância única e absolutamente excecional", declarou o líder social-democrata, acrescentando que seria "dramático se, por cobardia ou complexos de ordem ideológica, não tivéssemos aprovado o estado de emergência". "A bem da própria democracia, tal não aconteceu", rematou.
Dessa forma, Rui Rio espera que o Serviço Nacional de Saúde detenha "maior capacidade de resposta sob todos os pontos de vista", já no próximo inverno.
Por outro lado, e dada a "enorme debilidade com que a nossa economia e as nossas finanças públicas vai sair desta longa paragem", Rio sublinhou que será necessário "corrigir as falhas e injustiças que têm vindo a acontecer", designadamente assegurando que empresas e trabalhadores possam aceder mais facilmente aos apoios de que precisam.
Foi então que Rui Rio deixou um aviso ao Governo e aos partidos de esquerda que viabilizaram o último orçamento, defendendo que apesar de indesejáveis poderão ser necessárias algumas medidas de austeridade no decurso desta crise.
"Os partidos da maioria parlamentar que apoiam o Governo têm garantido que com eles não haverá qualquer tipo de austeridade. Notícia que seguramente a todos agrada, mas tal otimismo não pode ser impeditivo de nos prepararmos para o pior cenário porque, como o povo ensina, mais vale prevenir do que remediar", atirou.
Apesar de uma mensagem nem sempre otimista, o presidente do PSD finalizou a intervenção com uma ideia de otimismo assente no legado histórico do país: "Haveremos de vencer com a mesma coragem que ao tempo dobrámos o cabo das tormentas e com ela construímos a esperança".
(Notícia atualizada)