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Ferro avisa que austeridade e populismo põem em risco a democracia

O presidente da Assembleia da República justificou a importância desta cerimónia, até porque a Assembleia da República "não fechou as suas portas". Ferro Rodrigues homenageou portugueses e importância da democracia conquistada em abril, alertando contra os perigos da austeridade e do populismo.

25 de Abril de 2020 às 10:33
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Eduardo Ferro Rodrigues enalteceu o "Estado social e democrático que hoje somos", porém avisou para o perigo que movimentos populistas ou a austeridade constituem para a democracia. O presidente da Assembleia da República abriu a cerimónia do 25 de abril fazendo questão de justificar a importância de celebrar a democracia num Parlamento que, até aqui, e apesar da pandemia e do estado de emergência em vigor, "não deixou de funcionar, não fechou as suas portas".

Ferro Rodrigues lembrou a "hora difícil que vivemos" e já depois do minuto de silêncio cumprido em memória de "todos os que nos deixaram" devido ao "vírus terrível" que temos pela frente sublinhou o papel determinante de um Parlamento que "manteve intactos os seus poderes", os quais se mostraram "determinantes para a resposta a esta crise". 

O líder da Assembleia da República aproveitou ainda para homenagear todos os portugueses e em especial todos os que "disseram e dizem presente para que outros portugueses possam recolher-se"

Foi então que Ferro destacou a importância de proteger a democracia, apontando duas ameaças que é importante conter nos tempos vindouros: o populismo e a austeridade.

Temos de "garantir que as crises nunca servirão de pretexto para lançar as sementes de qualquer alternativa anti-democrática", alertou para depois acrescentar que será preciso fazê-lo contra os "poderes fáticos e inorgânicos" dos "quais nunca virá nenhuma alternativa democrática", somente "mentiras e desinformação".

"Não é isto escrutinar a democracia, isto é a democracia a ser atacada", alertou. "Quer a desinformação, quer a propaganda populista, aproveitam o afastamento entre partidos e a sociedade", tendo como "fim último destruir a democracia", continuou o presidente da Assembleia da República para quem a "resposta passa por tornar a democracia mais inclusiva, mais representativa", assim como tornando "mais fortes e mais sólidas" as instuições.

Já sobre a austeridade enquanto ameaça ao regime, Ferro sustentou que o "Portugal de hoje deve muito a todos quantos foram capazes de ultrapassar bloqueios e encontrar soluçoes", tendo aqui sinalizado o recente período de intervenção externa. 

"Portugal e os portugueses estão vacinados contra a austeridade, resta saber se a vacina tem 100% de eficácia", prosseguiu, recordando o papel determinante que o Parlamento assumiu na concretização de um "programa de recuperação de rendimentos" que se seguiu à austeridade imposta pela troika. 

Deste modo, e depois de na quarta-feira o primeiro-ministro ter posto de parte o regresso a políticas de austeridade na sequência da resposta ao choque económico provocado pela pandemia, Ferro Rodrigues notou que o "combate às desigualdades e o desenvolvimento económico" é o desafio que se segue.

Ferro quer UE solidária
Antes de terminar o discurso deste primeiro 25 de abril vivido em estado de emergência, Ferro Rodrigues falou do papel que cabe à União Europeia desempenhar, designadamente o de o projeto europeu não perder "de vez a razão de ser".

Ferro falava dois dias depois de os líderes da União terem acordado criar um fundo de recuperação económica mas em que ficaram claras as divisões sobre a forma como os apoios poderão ser feitos aos Estados-membros.

Ferro insistiu que a "solidariedade" é a razão de ser do projeto europeu, sem a qual, "neste intervalo negro", a UE "deixará de fazer sentido".

(Notícia atualizada)

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