Notícia
Rio diz que vitória nas europeias está "ao alcance" e desvaloriza "marketing" do CDS
O presidente do PSD acredita que o partido poderá vencer as eleições europeias marcadas para o próximo ano. Rio reitera a importância de consensos partidários no que diz respeito à política europeia, designadamente em matéria de fundos europeus.
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22 de Março de 2018 às 12:16
O presidente do PSD disse hoje que a vitória nas europeias "está ao alcance" dos sociais-democratas e desvalorizou a ambição do CDS-PP de se assumir como principal partido de centro-direita, o que classificou como "marketing" natural.
"Aspiramos todos a ganhar. Agora, enfim, o CDS faz o seu marketing e fez o seu marketing no Congresso. Mal fora se fizesse o contrário, se o CDS saísse do Congresso a dizer que nas próximas [eleições] quer descer um bocadinho. Claro que querem sempre subir, isso é o papel que cada um de nós tem que fazer", disse.
Em entrevista à Agência Lusa, em Bruxelas, antes de participar pela primeira vez numa reunião do Partido Popular Europeu -- família política à qual pertencem PSD e CDS-PP, que nas próximas eleições europeias de maio de 2019 concorrerão separados e não em aliança -, Rui Rio sublinhou que ainda falta muito tempo, mas admitiu que já pensou sobre o cabeça-de-lista e nomes a apresentar e garantiu que o objectivo é bater o PS.
Questionado sobre se manterá a aposta no actual líder da delegação do PSD ao Parlamento Europeu, Paulo Rangel, o presidente social-democrata disse que já pensou sobre o assunto, mas que é cedo demais para se pronunciar.
"Pensar, pensei. Divulgar, não divulguei. A seu tempo as coisas serão divulgadas. Não é meu estilo andar a fazer as coisas com uma grande antecedência para conseguir uma noticia maior. Não, as coisas têm o seu momento, estamos ainda a mais de um ano, no tempo certo assim o faremos", afirmou.
Certo, apontou, é que o PSD partirá para as eleições europeias com ambição, suportada pelas recentes sondagens, apesar de estas "valerem o que valem".
"É um lugar comum dizer que as sondagens valem o que valem e eu percebo o que isso quer dizer e eu que o diga: ganhei três eleições no Porto, nas duas primeiras sempre atrás nas sondagens, e na primeira então tive 40 e tal por cento e as sondagens davam-me 19, portanto é mesmo 'valem o que valem'. Mas, quando todas indicam no mesmo sentido, nós podemos ter uma ideia da evolução, não mais do que isso, mas da evolução", referiu, destacando que a evolução das mais recentes consultas aponta para "o melhor resultado [do PSD] desde 2015".
"Está ao nosso alcance poder ganhar as eleições europeias, isso para mim está claro. A diferença relativamente ao Partido Socialista nas últimas eleições europeias não foi uma coisa muito grande. Aliás, lembro-me que o próprio doutor António Costa referiu que foi uma vitória por 'poucochinho'. Portanto, está ao nosso alcance poder ganhar as eleições europeias", disse.
Rui Rio acrescentou ainda que, "depois das eleições europeias", há que "procurar ganhar naturalmente as eleições legislativas", o que admitiu ser "mais difícil", apesar de nada ser "impossível", até porque "em política, ano e meio é uma eternidade".
"Se me disserem que é muito curto para reformar o partido, para preparar a alternativa em termos teóricos, em termos programáticos, se era melhor ter mais tempo? Era. O tempo chega, mas era melhor ter mais tempo. Mas, por outro lado, pode ser uma eternidade. Às vezes no espaço de uma semana tudo muda, e, portanto, está tudo em aberto, como é evidente", concluiu.
"Aspiramos todos a ganhar. Agora, enfim, o CDS faz o seu marketing e fez o seu marketing no Congresso. Mal fora se fizesse o contrário, se o CDS saísse do Congresso a dizer que nas próximas [eleições] quer descer um bocadinho. Claro que querem sempre subir, isso é o papel que cada um de nós tem que fazer", disse.
Questionado sobre se manterá a aposta no actual líder da delegação do PSD ao Parlamento Europeu, Paulo Rangel, o presidente social-democrata disse que já pensou sobre o assunto, mas que é cedo demais para se pronunciar.
"Pensar, pensei. Divulgar, não divulguei. A seu tempo as coisas serão divulgadas. Não é meu estilo andar a fazer as coisas com uma grande antecedência para conseguir uma noticia maior. Não, as coisas têm o seu momento, estamos ainda a mais de um ano, no tempo certo assim o faremos", afirmou.
Certo, apontou, é que o PSD partirá para as eleições europeias com ambição, suportada pelas recentes sondagens, apesar de estas "valerem o que valem".
"É um lugar comum dizer que as sondagens valem o que valem e eu percebo o que isso quer dizer e eu que o diga: ganhei três eleições no Porto, nas duas primeiras sempre atrás nas sondagens, e na primeira então tive 40 e tal por cento e as sondagens davam-me 19, portanto é mesmo 'valem o que valem'. Mas, quando todas indicam no mesmo sentido, nós podemos ter uma ideia da evolução, não mais do que isso, mas da evolução", referiu, destacando que a evolução das mais recentes consultas aponta para "o melhor resultado [do PSD] desde 2015".
"Está ao nosso alcance poder ganhar as eleições europeias, isso para mim está claro. A diferença relativamente ao Partido Socialista nas últimas eleições europeias não foi uma coisa muito grande. Aliás, lembro-me que o próprio doutor António Costa referiu que foi uma vitória por 'poucochinho'. Portanto, está ao nosso alcance poder ganhar as eleições europeias", disse.
Rui Rio acrescentou ainda que, "depois das eleições europeias", há que "procurar ganhar naturalmente as eleições legislativas", o que admitiu ser "mais difícil", apesar de nada ser "impossível", até porque "em política, ano e meio é uma eternidade".
"Se me disserem que é muito curto para reformar o partido, para preparar a alternativa em termos teóricos, em termos programáticos, se era melhor ter mais tempo? Era. O tempo chega, mas era melhor ter mais tempo. Mas, por outro lado, pode ser uma eternidade. Às vezes no espaço de uma semana tudo muda, e, portanto, está tudo em aberto, como é evidente", concluiu.
Na Europa não há lugar para oposição, só para ajudar Portugal
O presidente do PSD defende que em matérias como a negociação do próximo orçamento da União Europeia "não há lugar para oposição", mas apenas "para ajudar Portugal", e admitiu uma "comunhão de ideias quase em absoluto" com o Governo.
Em dossiês europeus, "aquilo que para Portugal é mais relevante é a questão do orçamento comunitário" e a ameaça de cortes nos fundos estruturais em função da saída do Reino Unido
Apontando que, à luz do 'Brexit', "o orçamento comunitário tem uma quebra à volta dos 12 mil milhões de euros, e pode haver a tendência de esses 12 mil milhões de euros, ou grande parte deles, serem retirados à política de coesão", o presidente do PSD sublinhou que tal seria extremamente prejudicial para os países da coesão, como Portugal, e garantiu que o seu partido está ao lado do Governo de António Costa para defender os interesses do país.
"Para Portugal era francamente negativo se, neste momento, os dinheiros que nós temos da Europa para o nosso desenvolvimento e investimentos viessem a levar um corte muito grande. E por isso é que, logo a seguir ao congresso [do PSD] me disponibilizei completamente para dialogar com o Governo português nessa matéria, no sentido de reforçar a força do Governo português em Bruxelas. Porque aqui não há lugar para oposição, aqui há lugar para ajudar Portugal", afirmou.
Nesse sentido, Rui Rio disse concordar com as ideias que o primeiro-ministro tem defendido em Bruxelas no sentido de aumentar as receitas do orçamento comunitário "para cobrir as que saem por força da saída do Reino Unido", e, se necessário for, através de uma combinação de aumento das contribuições e de taxas europeias, desde que não incidam sobre os cidadãos portugueses, até porque essa é uma matéria de soberania nacional.
"Essas mais receitas no limite dos limites podem implicar um maior contributo dos Estados-membros e, se assim tiver que ser, não nos podemos esquecer que Portugal recebe mais do que aquilo que entrega", referiu.
Já quando aos chamados "impostos europeus", um termo que considera "mal-usado, porque o lançamento de impostos é uma matéria de soberania dos parlamentos nacionais e quem pode lançar impostos sobre os cidadãos portugueses é o parlamento português", o líder social-democrata admitiu a imposição de taxas, como por exemplo sobre os movimentos financeiros ou sobre as plataformas digitais, além de outro tipos de receitas, como a canalização de parte dos lucros do Banco Central Europeu para os cofres comunitários.
O presidente do PSD adiantou ainda que tem mantido conversações com o Governo e declarou que "não há uma comunhão de ideias em absoluto, mas quase", admitindo que, no final, a solução para um aumento das receitas da União Europeia de modo a que a política de coesão não seja penalizada "pode ter que ser um 'mix' entre aumento das contribuições dos Estados-membros e novas taxas, novas receitas".
"Quando aquilo que pretendemos todos é defender Portugal, nós estamos todos empenhados numa posição comum porque estamos todos com um objectivo comum. Na vida partidária infelizmente normalmente não é assim, é o contrário: procura-se é divergir e quando a divergência não existe, inventa-se a divergência. Aqui não há nada para inventar. Aqui há que defender o interesse de Portugal", reforçou.
O presidente do PSD defende que em matérias como a negociação do próximo orçamento da União Europeia "não há lugar para oposição", mas apenas "para ajudar Portugal", e admitiu uma "comunhão de ideias quase em absoluto" com o Governo.
Em dossiês europeus, "aquilo que para Portugal é mais relevante é a questão do orçamento comunitário" e a ameaça de cortes nos fundos estruturais em função da saída do Reino Unido
Apontando que, à luz do 'Brexit', "o orçamento comunitário tem uma quebra à volta dos 12 mil milhões de euros, e pode haver a tendência de esses 12 mil milhões de euros, ou grande parte deles, serem retirados à política de coesão", o presidente do PSD sublinhou que tal seria extremamente prejudicial para os países da coesão, como Portugal, e garantiu que o seu partido está ao lado do Governo de António Costa para defender os interesses do país.
"Para Portugal era francamente negativo se, neste momento, os dinheiros que nós temos da Europa para o nosso desenvolvimento e investimentos viessem a levar um corte muito grande. E por isso é que, logo a seguir ao congresso [do PSD] me disponibilizei completamente para dialogar com o Governo português nessa matéria, no sentido de reforçar a força do Governo português em Bruxelas. Porque aqui não há lugar para oposição, aqui há lugar para ajudar Portugal", afirmou.
Nesse sentido, Rui Rio disse concordar com as ideias que o primeiro-ministro tem defendido em Bruxelas no sentido de aumentar as receitas do orçamento comunitário "para cobrir as que saem por força da saída do Reino Unido", e, se necessário for, através de uma combinação de aumento das contribuições e de taxas europeias, desde que não incidam sobre os cidadãos portugueses, até porque essa é uma matéria de soberania nacional.
"Essas mais receitas no limite dos limites podem implicar um maior contributo dos Estados-membros e, se assim tiver que ser, não nos podemos esquecer que Portugal recebe mais do que aquilo que entrega", referiu.
Já quando aos chamados "impostos europeus", um termo que considera "mal-usado, porque o lançamento de impostos é uma matéria de soberania dos parlamentos nacionais e quem pode lançar impostos sobre os cidadãos portugueses é o parlamento português", o líder social-democrata admitiu a imposição de taxas, como por exemplo sobre os movimentos financeiros ou sobre as plataformas digitais, além de outro tipos de receitas, como a canalização de parte dos lucros do Banco Central Europeu para os cofres comunitários.
O presidente do PSD adiantou ainda que tem mantido conversações com o Governo e declarou que "não há uma comunhão de ideias em absoluto, mas quase", admitindo que, no final, a solução para um aumento das receitas da União Europeia de modo a que a política de coesão não seja penalizada "pode ter que ser um 'mix' entre aumento das contribuições dos Estados-membros e novas taxas, novas receitas".
"Quando aquilo que pretendemos todos é defender Portugal, nós estamos todos empenhados numa posição comum porque estamos todos com um objectivo comum. Na vida partidária infelizmente normalmente não é assim, é o contrário: procura-se é divergir e quando a divergência não existe, inventa-se a divergência. Aqui não há nada para inventar. Aqui há que defender o interesse de Portugal", reforçou.