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PSD vai enviar perguntas a António Costa sobre atuação dos serviços de informações

Em entrevista à RTP, Luís Montenegro voltou a não excluir que o partido possa avançar para uma comissão parlamentar de inquérito sobre o tema, mas apenas depois de "esgotar com prudência todas as possibilidades de esclarecimento antes dessa".

José Sena Goulão/Lusa
29 de Maio de 2023 às 21:56
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O presidente do PSD anunciou hoje que o partido vai enviar um requerimento ao primeiro-ministro, entre terça e quarta-feira, sobre a atuação dos serviços de informações no caso da recuperação do computador do ex-adjunto do Ministério das Infraestruturas.

Em entrevista à RTP, Luís Montenegro voltou a não excluir que o partido possa avançar para uma comissão parlamentar de inquérito sobre o tema, mas apenas depois de "esgotar com prudência todas as possibilidades de esclarecimento antes dessa".

"Vamos dirigir perguntas diretamente ao primeiro-ministro através de requerimento que amanhã ou, no máximo, quarta-feira, dará entrada na Assembleia da República", anunciou.

Questionado se mantém a confiança no Conselho de Fiscalização das 'secretas', que tem um elemento indicado pelo PSD, Montenegro admitiu alterações no modo de eleição e defendeu que os seus membros não devem depender nunca da confiança dos partidos.

"No dia em que dependerem da confiança dos partidos está tudo estragado (...) Já disse que temos de repensar a forma de funcionamento do Conselho de Fiscalização, eventualmente mexendo na forma como os seus membros são eleitos. A pronúncia do Conselho cometeu uma falha que não devia ter acontecido: não ouvir a parte envolvida no assunto e que podia ter dado outra visão de contraditório", afirmou, referindo-se ao ex-adjunto das Infraestruturas Frederico Pinheiro.

Sobre este caso, Montenegro considerou que falta esclarecer, da parte do primeiro-ministro, "quem efetivamente acionou a presença dos serviços de informações" e se o ex-adjunto terá, ou não, roubado o computador, entre outros detalhes.

A "Operação Tutti Frutti" e as suspeitas de uma combinação entre PS e PSD nas autárquicas de 2017 em Lisboa foram outro dos temas da entrevista, tendo o líder do PSD desafiado o PS a também clarificar internamente esta questão, do ponto de vista político, depois de os sociais-democratas terem hoje anunciado uma sindicância por parte do Conselho de Jurisdição ao processo de escolha dos candidatos nessa ocasião.

"O meu partido não vai escolher candidatos em conluio com outros partidos, tenho de ter a certeza absoluta que este processo não teve este enquadramento, e acho que o PS devia fazer o mesmo", afirmou.

Já a quem se dirigia o 'recado' hoje deixado, em conferência de imprensa no final da Comissão Permanente, contra a intriga e maledicência, disse servir "para todos quantos privilegiam interesses particulares, egoístas e egocêntricos, dentro e fora do partido", depois de o caso ter provocado algumas divergências na última reunião da bancada parlamentar.

Um ano depois de ser eleito presidente do PSD, a 28 de maio do ano passado, Montenegro reiterou que o partido tem "uma alternativa política cada vez mais bem acolhida" e salientou que o "ponto de partida" das últimas legislativas foram 14 pontos percentuais de diferença e uma maioria absoluta do PS.

"Eu quero ganhar as eleições e não as sondagens", afirmou, quando questionado se não seria normal o PSD surgir mais à frente nos estudos de opinião.

Já sobre a visão do Presidente da República, que recentemente afirmou não ver ainda uma alternativa politica sólida ao atual Governo, Montenegro disse não estar "dentro do pensamento" de Marcelo Rebelo de Sousa, mas admitiu dever-se ao facto de as legislativas se terem realizado há pouco mais de um ano.

E à pergunta se é preferível manter o atual Governo ou ter eleições antecipadas, respondeu: "É preferível mudar de Governo em Portugal, seguindo as regras da democracia".
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