Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

PSD disposto a recuar na antecipação das progressões dos professores este ano

Margarida Mano, vice-presidente da bancada do PSD, anunciou no Parlamento que vai alterar a sua proposta de forma a evitar que colida com a norma travão.

Lusa
  • 13
  • ...

Mário Centeno avisou na terça-feira os deputados que a antecipação do pagamento das progressões dos professores este ano violaria a chamada "norma travão", o artigo da Constituição que impede que os deputados aumentem a despesa do próprio ano. Esta quinta-feira, na comissão de Educação, onde as propostas vão ser votadas, a vice-presidente da bancada do PSD, Margarida Mano, anunciou que vai alterar a sua proposta de forma a evitar o risco de inconstitucionalidade.

 

Em causa está uma das propostas apresentadas por todos os partidos, que previam que a recuperação dos dois anos, nove meses e 18 dias, que o Governo quer que tenha efeitos diferidos ao longo de vários anos, tivesse afinal efeitos imediatos e retroativos a 1 de janeiro de 2019. O PS e o Governo alegam que aumentar despesa por iniciativa dos deputados é inconstitucional.

 

O Governo nunca tinha esclarecido qual a verba orçamental prevista no orçamento do Estado, mas Mário Centeno, que foi ouvido na terça-feira a pedido do PS, afirmou que a recuperação do tempo de serviço prevista pelo Governo custa este ano 90 milhões e que as propostas dos restantes partidos (incluindo do PSD) implicariam um aumento de despesa de 176 milhões.

 

Margarida Mano, deputada do PSD, contestou as contas do Ministro das Finanças - calcula que o aumento seja apenas de 50 milhões - mas, ainda assim, disse que apresentará uma alteração à sua proposta de forma a evitar o risco de inconstitucionalidade. "Estamos conscientes que [o Governo] pode não querer acomodar esta diferença e levantar a norma travão", disse. "Não queremos ficar reféns e nesse sentido faremos uma proposta para que, sem por em causa a nossa proposta, não viole o impacto financeiro se o Governo não quiser acomodar o valor de 50 milhões."

 

"Quem é que durante o orçamento do Estado ouviu falar em 20 milhões? Ou dá agora muito jeito falar em 20 milhões?" questionou Heloísa Apolónia, de Os Verdes.

 

Resta saber o que acontecerá com os artigos que preveem a recuperação expressa dos mais de nove anos exigidos pelos professores. A esquerda quer fixar um calendário; a direita não. Mas no início da discussão, que agora decorre, PCP e Bloco de Esquerda afirmaram que não serão inflexíveis.

 

"Não nos vamos deixar de guiar por nenhum tipo de sectarismo", disse Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda.

 

 

Ver comentários
Saber mais Mário Centeno Educação Margarida Mano Heloísa Apolónia Joana Mortágua política educação
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio