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PS a favor de inquérito parlamentar a operações 'swap'
O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, anunciou hoje que a sua bancada votará favoravelmente a criação de uma comissão de inquérito ao financiamento de empresas públicas através de operações de 'swap'.
A posição do presidente do grupo parlamentar socialista foi assumida numa declaração aos jornalistas no parlamento, depois de o PSD e o CDS terem anunciado a criação de uma comissão de inquérito sobre este assunto.
"O PS nunca se opôs e não se opõe a que seja esclarecida toda a verdade e todas as responsabilidades em processos que possam suscitar qualquer dúvida (…) é o caso deste processo de financiamento das empresas públicas através de ‘swaps' e, por esse motivo, nós vamos votar a favor da constituição desta comissão e participar activamente nos seus trabalhos", afirmou Zorrinho.
O presidente da bancada socialista rejeitou que haja nesta proposta uma tentativa do PSD e do CDS de tentar imputar responsabilidades a anteriores governos do PS.
"Não o entendemos assim, entendemos que se há uma dúvida ela deve ser esclarecida e nós acompanhamos esta intenção dos partidos proponentes com uma atitude muito positiva em relação ao esclarecimento de toda a verdade e de todas as responsabilidades", vincou.
Uma análise solicitada pelo Governo aos instrumentos financeiros subscritos por várias empresas estatais revelou que há produtos com características "problemáticas", incorporando estruturas "altamente especulativas", anunciou segunda-feira o ministério das Finanças.
"Concluiu-se que vários destes contratos têm características problemáticas por não se tratarem de meros instrumentos de cobertura de risco [`swaps´] e incorporarem estruturas altamente especulativas", lê-se no comunicado enviado pelo Ministério das Finanças.
Em causa estão cerca de 3 mil milhões de euros no perímetro das empresas públicas em responsabilidades potenciais por utilização de instrumentos derivados.
Na segunda-feira, vários órgãos de comunicação social noticiaram que a saída de Silva Peneda e Braga Lino do Governo - foram exonerados dos cargos de secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna e de secretário de Estado adjunto e da Defesa Nacional, respectivamente - se deveu a eventuais irregularidades detectadas pela Inspecção-Geral de Finanças em contratos de risco que negociaram quando eram gestores da empresa Metro do Porto.