Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Portas e quatro partidos vão ao congresso do MPLA

O partido do presidente José Eduardo dos Santos reúne-se a partir desta quarta-feira em Luanda no sétimo congresso da sua história. Dos cinco maiores partidos portugueses, só o Bloco não vai marcar presença.

Siphiwe Sibeko/Reuters
16 de Agosto de 2016 às 19:54
  • ...
O sétimo congresso do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o partido do presidente José Eduardo dos Santos, vai começar esta quarta-feira em Luanda e vai receber delegações de quatro partidos portugueses, além do ex-vice-primeiro-ministro Paulo Portas, convidado a título pessoal. Este conclave deverá ser o último antes da saída do presidente angolano, marcada para 2018, e poderá dar passos na escolha do seu sucessor.

Oficialmente, o MPLA diz que o congresso terá como principal objectivo analisar os "desafios que se colocam aos angolanos e ao partido nos próximos tempos", dedicando também "uma atenção muito particular ao momento que o país está a viver", nomeadamente a nível económico, devido à crise provocada pela queda dos preços do petróleo, que está a fazer o crescimento abrandar.

De Portugal seguem pelo menos quatro delegações partidárias, e também Paulo Portas, que, de acordo com o Diário de Notícias desta terça-feira, recebeu um convite a título pessoal do partido de José Eduardo dos Santos. Enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas esforçou-se por cultivar as relações bilaterais com Luanda e chegou a pedir que se evitasse "judicializar" essas mesmas relações. O Jornal de Angola dedicou-lhe um editorial elogioso a dar eco desse apelo.

O PS estará representado pela secretária-geral-adjunta, Ana Catarina Mendes, e pelo presidente e líder parlamentar Carlos César. O PSD vai enviar ao Centro de Conferências de Belas, nos arredores de Luanda, os vice-presidentes Marco António Costa e Teresa Leal Coelho. Rui Fernandes, membro do Comité Central do PCP, vai ser o representante dos comunistas, e o CDS vai enviar o presidente da Mesa do Congresso, Luís Queiró.

Dos partidos que compõem a geringonça, só mesmo o Bloco de Esquerda é que não marca presença. Ao Negócios, José Manuel Pureza explica que o faz por "uma questão de coerência". "Temos vindo a criticar de uma maneira aberta, clara e frontal a opressão que existe em Angola, e manifestado solidariedade por quem tem sido preso por ler livros e outras coisas perigosas desse tipo", ironiza. Por isso, "não faria qualquer tipo de sentido" que o Bloco fosse ao congresso do MPLA.

E os partidos que lá vão, fazem bem? "Cada partido escolhe as alianças que quer fazer, mas depois não pode vir com o discurso da defesa da liberdade de expressão. Esse gesto revela transigência com a governação em Angola", sentencia.
Ver comentários
Saber mais Angola MPLA Bloco de Esquerda José Manuel Pureza PS José Eduardo dos Santos PCP congresso Paulo Portas PSD CDS
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio