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PCP mantém porta aberta ao diálogo: "Os votos da CDU nunca faltaram quando foi preciso"

João Oliveira, líder parlamentar do PCP, acusou o primeiro-ministro de não querer um Orçamento e estar focado na maioria absoluta desde que o Presidente da República levantou o cenário de eleições antecipadas.

João Miguel Rodrigues
09 de Novembro de 2021 às 12:26
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João Oliveira, líder parlamentar do PCP, manteve esta terça-feira a porta aberta ao diálogo num cenário em que os socialistas não alcancem a maioria absoluta, nas legislativas marcadas para 30 de janeiro. E vincou que dar mais força aos socialistas servirá apenas para recusar as medidas de esquerda "de que o país precisa".

"Os votos e a força da CDU nunca faltaram quando foi preciso que isso acontecesse", disse João Oliveira, esta terça-feira, referindo-se a um cenário em que o PS não obtenha a maioria absoluta nas eleições antecipadas e precise do apoio dos comunistas para evitar a subida da direita ao poder.

"Na noite de 4 de outubro de 2015, foi o secretário-geral do PS quem deu os parabéns a Passos Coelho", recordou, lembrando que "a direita venceu as eleições" mas defendendo que foi o PCP que "abriu o caminho" que permitiu a formação de um governo apoiado pela esquerda. "Fomos nós que abrimos esse caminho", sublinhou. E repetiu: "Não somos nós que faltamos às soluções para uma política de esquerda."

Porém, João Oliveira reconhece que é preciso saber "com que força" os comunistas saem das eleições para seguir esse caminho. "Os portugueses no dia 30 têm de fazer uma opção muito clara. Se quiserem dar força ao PS, sabem que vai ser para o PS continuar a recusar as medidas de que o país precisa, sejam aumento dos salários, sejam questões de habitação, SNS ou até de aumento de pensões e gratuitidade das creches", defendeu João Oliveira. "Da nossa parte, o que dizemos é que o reforço da CDU é dizer ao primeiro-ministro que temos de fazer avançar as medidas que o PCP estava a defender."

O comunista acusou o primeiro-ministro de não querer um acordo para viabilizar um orçamento, preferindo antes o cenário de eleições antecipadas com a expectativa de conseguir reforçar a sua posição. "Um dos elementos mais relevantes da entrevista que o primeiro-ministro deu ontem é a confirmação de que o PS não queria ter orçamento, queria era ter eleições para alcançar uma maioria absoluta", atirou João Oliveira. "E a intenção que o PS tem de, obtendo uma maioria absoluta ou um reforço eleitoral, garantir condições para continuar a recusar as respostas de que o país precisa", concluiu.

Para João Oliveira, o primeiro-ministro não conseguiu explicar por que motivo não saiu da sua posição de partida nas matérias que estavam em discussão. O líder parlamentar dos comunistas recusou também a ideia de que as propostas do PCP tivessem sido propositadamente demasiado exigentes. "Considerar um salário mínimo de 755 euros em janeiro de 2022 como fasquia muito alta, convenhamos que está muito distante da realidade concreta das necessidades que as pessoas vivem", defendeu. "É uma fasquia muito alta medidas para fixar médicos? É uma fasquia muito alta fixar os profissionais de saude? Impedir despejos que podem pôr em causa a vida dos portugueses é uma fasquia muito alta?" questionou.

"Não foi possível alcançar um Orçamento do Estado porque verdadeiramente o que o governo queria não era o Orçamento do Estado. A partir do momento que o Presidente da República disse que convocaria eleições, o PS ficou fixado nas eleições e nesse objetivo da maioria absoluta", rematou.

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