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Passos: "Desvios precipitados podem deitar tudo a perder"
Pedro Passos Coelho voltou a apelar à "cooperação e entendimento" a "todas as forças políticas, sociais e cívicas" no seu discurso de tomada de posse do XX Governo, onde renova o seu mandato enquanto primeiro-ministro.
"Assumo a responsabilidade indeclinável que expressa a vontade dos portugueses", afirmou Pedro Passos Coelho durante a cerimónia de tomada de posse do XX Governo, que preside enquanto primeiro-ministro. Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República, deu posse esta sexta-feira, 30 de Outubro, ao novo Governo.
Passos Coelho abriu o seu primeiro discurso no segundo mandato enquanto primeiro-ministro do novo Executivo, recordando "a tarefa maior de salvar o país de um desastre económico e social de proporções imagináveis" que agarrou há quatro anos, quando tomou posse em 2011.
Num discurso onde houve espaço para citar os Lusíadas, Passos comparou a situação económica de Portugal a navegar por "mares nunca dantes navegados", garantindo que nunca deixou "de ter a firme convicção de que os portugueses não falhariam". "Lançámos os alicerces de um futuro melhor e é nele que as nossas futuras políticas devem assentar", comprometeu-se o líder do XX Governo.
Passos Coelho abordou também algumas das medidas que pretende aplicar durante a sua legislatura. "Reduzir a carga fiscal para as famílias será uma prioridade", afirmou, bem como "reduzir a dívida ao estrangeiro e melhorando as condições de financiamento indispensáveis à nossa economia". Passos frisou que Portugal precisa de "dar tempo de consolidação" às reformas estruturais aplicadas para que estas "possam dar frutos".
O discurso de Passos Coelho seguiu o de Cavaco Silva que voltou a apelar ao "esforço de diálogo e compromisso com as demais forças partidárias" a fim de garantir "o superior interesse nacional", de consolidação de crescimento económico e criação de emprego. Também o renovado primeiro-ministro aproveitou a tomada de posse para "mostrar abertura ao compromisso leal a assumir por todos os agentes políticos, sociais e económicos", onde "todos são chamados a cumprir o seu dever". "O meu pedido de cooperação e entendimento estende-se a todas as forças politicas, sociais e cívicas", reiterou Passos Coelho.
"A maioria, apenas relativa e não absoluta, reforça essa necessidade", reforçou Passos, sem no entanto deixar de sublinhar que a coligação "recebeu dos portugueses um mandato claro". "Desrespeitar os esforços dos portugueses traduz pôr em risco tudo o que alcançámos. E isso enquanto primeiro-ministro nunca farei", garantiu Pedro Passos Coelho.
Desvios precipitados podem deitar tudo a perder e será a classe média a pagar o preço.
Numa alusão à possível queda do Governo que agora toma posse como consequência de uma moção de rejeição por parte das forças de esquerda, e ao clima de incerteza política que tem marcado as últimas semanas, Passos alertou: "num contexto em que a incerteza tem um custo tão elevado e a competitividade facilmente se evapora, os desvios precipitados podem deitar tudo a perder e será a classe média a pagar o preço, o que, enquanto primeiro-ministro, não permitirei".
Sobre a "necessidade de bem-estar social" e estabilidade política e económica, Passos disse não existir "ilusão política que possa disfarçar este imperativo", classificando como incontestável que ninguém possa colocar em causa o bem-estar dos portugueses "em nome de uma agenda ou de ambições políticas e partidárias".
Os discursos do actual Presidente da República e de Passos Coelho acompanharam a cerimónia de tomada de posse dos 16 ministros e dos 36 secretários de Estado.
(Notícia actualizada às 13h52)