Confrontado com as declarações do presidente da Comissão Europeia em que este disse já ter advertido Passos Coelho de que há limites para a austeridade, o chefe do executivo governativo disse não ter interpretado essas palavras como um ataque. “Claro que há limites. E Durão Barroso fez a mesma coisa. Ele é presidente da Comissão que pertence à troika e que viu neste tempo as medidas a serem aplicadas”.

Aliás, Passos Coelho referiu que só a flexibilização das metas que estavam previstas no memorando de entendimento inicial é que permitiu que as medidas não tivessem de ser ainda mais duras.

Na argumentação, Passos recuou ainda mais e falou do PEC IV e das suas metas. E nessa altura citou a ex-líder do PSD. “Se fossem esses os objectivos, como diz a doutora Manuela Ferreira Leite, aí é que o doente morria da cura".

Noutro tema, em relação à reforma do Estado, Passos referiu que “o processo já começou”. “Começámos por reduzir institutos públicos por extinção e fusão, empresas municipais e fundações".

Já em relação às privatizações, o primeiro-ministro rejeitou a ideia de que as empresas alienadas pelo Estado apenas tenham mudado de mãos para que os colectores de rendas fossem diferentes. "Não creio que seja assim. Fizemos privatizações bem conseguidas e contratos de concessão que defendem os interesses da economia”, rematou.