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Passos Coelho diz que há uma "intolerância" em quem governa que nunca houve
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou haver uma "intolerância" por parte de quem governa, que reage de forma "violenta" a ideias diferentes, tem "apetite por controlar tudo" e quer impor "uma retórica única".
"Há uma intolerância hoje, em quem governa, que nós nunca tivemos felizmente no passado", afirmou Passos Coelho este sábado, durante a apresentação do candidato do PSD à Câmara de Sabrosa, António Araújo.
Para o presidente social-democrata, as eleições autárquicas são importantes porque se vive "um tempo em que, quem está no poder, quem governa o país, a maioria que suporta o Governo, sente-se muito auto-suficiente".
Mas, acrescentou, é mais do que isso: "Sente que é necessário repelir tudo o que possa ter uma ideia diferente da sua, como se só pudesse haver um pensamento, uma solução, um programa", frisou.
O líder do PSD exemplificou com os casos do Banco de Portugal e do Conselho de Finanças Públicas, e disse que, "quando algum relatório, quando alguma posição técnica não é do agrado do Governo, a reacção dos partidos da maioria e do próprio Governo é violenta". "Se alguém se atreve a criticar alguma coisa, aqui-d'el-rei que não tem autoridade para falar, e então se for alguém que esteve no Governo antes deste é como se fosse proibido, nem lá devia estar no Parlamento, nem opiniões devia emitir", sublinhou.
Passos Coelho lembrou o período difícil em foi primeiro-ministro e garantiu que nunca ninguém o viu "aflito a reagir contra, a mandar calar, a fazer guerra às instituições". "Hoje em dia gostam de lembrar o Tribunal Constitucional. Nós sempre respeitamos o Tribunal Constitucional, mesmo quando discordamos das suas decisões, como é evidente. Agora, existe em quem governa um tal apetite por controlar tudo, por querer impor uma única retórica", sublinhou.
O presidente do PSD afirmou ainda que a democracia é feita de "projectos diferentes, de ideias diferentes, de pluralidade e diferença".
Passos Coelho mostrou-se confiante na vitória de António Araújo em Sabrosa e lembrou que o PSD é o partido que está mais adiantado na escolha de candidatos às eleições autárquicas. "Nem estamos adiantados nem estamos atrasados, estamos no tempo certo para poder fazer o trabalho que é necessário a quem quer ganhar confiança para poder servir as populações", salientou.