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Passos Coelho acusa António Costa de "criar falsidades"

"Tenho ouvido, já por várias vezes, o primeiro-ministro, por exemplo, criar falsidades sobre coisas que eu digo e nunca o ouvi retratar-se dessas coisas", afirmou Pedro Passos Coelho, em Vila Real, onde esteve para a apresentação das listas autárquicas àquele concelho.

Miguel Baltazar/Negócios
02 de Setembro de 2017 às 00:14
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O líder do PSD acusou hoje o primeiro-ministro de "criar falsidades" sobre o que ele diz, acusando ainda o PS de"evidenciar um tique de intolerância" ao responder com ataques pessoais às críticas políticas que são feitas ao Governo.

 

"Tenho ouvido, já por várias vezes, o primeiro-ministro, por exemplo, criar falsidades sobre coisas que eu digo e nunca o ouvi retratar-se dessas coisas", afirmou Pedro Passos Coelho, em Vila Real, onde esteve para a apresentação das listas autárquicas àquele concelho.

 

"Ainda há pouco tempo resolveu dizer que eu andava todos os dias a criticar os bombeiros, foi coisa que nunca fiz, o PSD deu-lhe possibilidade de ele poder corrigir, pode-se ter enganado por qualquer razão. Ostensivamente o primeiro-ministro ignora isso", exemplificou.

 

Questionado sobre se espera que António Costa se desculpe, Passos Coelho não se mostrou preocupado com isso: "Não tenho que estar à espera, isso é uma coisa que o devia preocupar sobretudo a ele, porque alguém que está nesta posição deve procurar sempre ser o mais objetivo possível", disse.

 

"Nós podemos ter ideias diferentes, mas não temos que inventar factos que não existem", considerou, deixando criticas ao PS.

 

"Julgo que o PS está a evidenciar um tique de intolerância e arrogância que não é compatível com o que um grande partido como é o Partido Socialista no sistema politico português deve evidenciar", salientou.

 

Como exemplo, Passos Coelho apontou a forma "violenta" como o PS reagiu às declarações de Paulo Rangel - que afirmou que os "portugueses são vítimas" das políticas do Governo - e do ex-presidente da República, defendendo que as "observações" de Cavaco Silva sobre o silêncio de alguns setores políticos foram "justas".

 

"Eu não sei o que há de indigno na denúncia que o Dr. Paulo Rangel fez. Se o Dr. Paulo Rangel tivesse, como supõe o porta-voz do PS, falado ou em vítimas mortais, eu até percebia a leitura de que se estivesse a referir à tragédia de Pedrógão, mas não foi o caso", explicou Passos Coelho.

 

Segundo o líder social-democrata, "quando o Dr. Paulo Rangel diz que os portugueses são vítimas destas politicas do Governo na área da Saúde, da Defesa, da Educação, na Proteção Civil, da Segurança, não está a dizer mais do que a realidade e o Governo deve saber lidar com essa critica".

 

Quanto a Cavaco Silva, o líder do PSD referiu que o ex-chefe de Estado, na Universidade de Verão da JSD, fez uma "denúncia relevante" quanto aos "equívocos que se geram" no contexto europeu sobre o "que é possível fazer quando se está no Governo e se quer cumprir as metas europeias".

 

"O PS reagiu com uma violência como se o dr. Cavaco Silva não tivesse a possibilidade de dizer o que pensa, manifestar a sua opinião. Ainda para mais, elas [opiniões] têm total aderência à realidade", salientou.

 

"Não se trata só de me rever nelas, elas são factuais e eu, de resto, presenciei-as. Quem estivesse com o mínimo de atenção ao que se passou na Grécia nestes anos só pode concordar com a opinião que foi expressa", disse.

 

Já quanto a quem viu nas palavras de Cavaco Silva sobre a política interna uma crítica ao atual Presidente da República, o líder do PSD discordou dessa leitura: "Nunca ouvi o dr. Cavaco Silva fazer uma crítica directa ao actual Presidente da República, mas reconheço-lhe todo o direito de defender o seu próprio estilo, quer de mandatou presidencial quer de primeiro-ministro".

 

Passos defendeu que Cavaco "entendeu que tinha um caso em França, com o novo Presidente francês que se aproxima daquele que foi o seu próprio estilo e a sua maneira de estar", acrescentando não entender "em que é que isto possa ser ofensivo ou menos próprio. Pelo contrário".

 

"Ninguém se pode ou deve sentir melindrado por ele ter as suas preferências e o seu estilo. Infelizmente, hoje em dia, um bocadinho como no futebol, joga-se mais às pernas dos políticos do que às ideias e aos argumentos que eles usam. Era melhor que quando PS reage as críticas que lhe são feitas usasse argumentos políticos também e não procurasse desqualificar os adversários, às vezes insultar as pessoas. Acho que isso não fica bem", concluiu.

 

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