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Partidos franceses irritados com proposta de coligação esquerda-direita

O primeiro-ministro francês sugeriu uma coligação entre a esquerda e a direita conservadora para evitar a vitória da Frente Nacional, nas próximas eleições regionais. No entanto, a estratégia política não foi bem recebida.

Charles Platiau/Reuters
13 de Novembro de 2015 às 20:53
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O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, irritou os socialistas franceses ao sugerir uma aliança com o partido conservador de direita para tentar evitar a vitória do partido de extrema-direita, Frente Nacional, liderado por Marine Le Pen, nas próximas eleições regionais, a 6 de Dezembro.

A proposta do primeiro-ministro francês é uma tentativa de contrariar os resultados apresentados por uma sondagem, realizada pelo instituto TNS Sofres e divulgada no Le Figaro e noutros órgãos de imprensa, que dá ao partido de Le Pen uma vantagem de um ponto percentual em relação ao partido conservador Os Republicanos, do antigo presidente francês Nicolas Sarkozy. Na sondagem, a Frente Nacional reúne cerca de 28% das intenções de voto. O Partido Socialista, no poder desde 2012, está a perder nas sondagens e será, de acordo com este estudo de opinião, a terceira força mais votada, com 21%, ficando à frente de outras forças de esquerda, como os ecologistas (8%) e a Frente de Esquerdas (6%).

Martine Aubry, também membro do Partido Socialista francês, não concordou com a medida proposta pelo primeiro-ministro e afirma mesmo que a sugestão foi a melhor maneira de garantir a vitória da extrema-direita, que apresenta no seu programa medidas anti-emigração e anti-europeias. Os Republicanos, o partido conservador de direita, também não se mostraram satisfeitos com a proposta, dado que até agora se têm centrado numa estratégia de campanha que diz aos seus eleitores para não votarem nem na Frente Nacional nem nos partidos de esquerda.

O único partido que apreciou a iniciativa foi, ironicamente, a Frente Nacional, que aproveitou para acusar os partidos em causa, quer de esquerda quer de direita, de se aproveitarem do sistema político e fazer o que for preciso para se manterem no poder. "Estou muito feliz. Pelo menos as coisas agora são claras", comentou Marine Le Pen. Um porta-voz do Governo disse em declarações aos jornalistas que o primeiro-ministro se limitou a alertar para algo que valia a pena considerar.
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