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Partido de Berlusconi pode estar à beira da ruptura

O regresso do velho Forza Itália pode abrir caminho à partição do PdL, o grande partido de centro-direita liderado pelo ex-primeiro-ministro que voltou a empurrar um Governo para a vertigem do colapso.

REUTERS Dylan Martinez
01 de Outubro de 2013 às 14:30
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Sílvio Berlusconi atirou o Governo de Itália para a vertigem de um colapso ao ordenar neste sábado, 28 de Setembro, a demissão dos cinco ministros do Partido da Liberdade (PdL) que integravam a frágil coligação liderada por democrata Enrico Letta. Pelo meio, abriu uma nova frente de batalha dentro do seu próprio partido, admitindo-se nalguma imprensa que a ideia do “Il Cavaliere” de recuperar o velho Forza Itália acabará por partir o partido, com a facção mais moderada do centro-direita a permanecer dentro do PdL.

 

Segundo o "Financial Times", é a  possibilidade de uma revolta interna contra Berlusconi  e a esperança crescente de que a terceira maior economia do euro evite uma nova campanha eleitoral desestabilizadora (seria a segunda em menos de um ano) que estará a impedir uma reacção menos complacente dos mercados. Os "juros" da dívida pública subiram nos últimos dias, mas marginalmente. Ao início da tarde, apenas as "yields" dos títulos a dez anos subiam, 12 pontos base, para 4,55%. O principal índice bolsista ganhava quase 1%.

 

O motivo oficialmente alegado por Berlusconi para retirar os seus ministros do Executivo prendeu-se com a recusa em aceitar várias medidas orçamentais, entre as quais o aumento do IVA de 21% para 22%, que entra em vigor nesta terça-feira. Mas a causa real residirá na votação crucial no Senado que decidirá sobre a destituição dos direitos políticos do ex-primeiro-ministro na sequência da sua condenação definitiva por fraude fiscal.

 

A decisão pessoal de Sílvio Berlusconi foi criticada quase unanimemente pela imprensa italiana. Ferruccio de Bortoli, director do “Corriere della Sera” escreveu estar  “indignado” com a “decisão irresponsável de Berlusconi e dos seus fiéis aliados” que “não altera em nada o destino judicial do Cavaliere, e empurra um país refém para a beira de um novo precipício. “O argumento utilizado pelo Cavaliere – uma reacção instintiva a excesso de impostos – não passa de um pretexto sem sentido” e “os benefícios resultantes do facto de, em Maio último, se ter saído de um processo de défice excessivo desaparecem. O Governo que sair das próximas eleições deverá ser obrigado a assinar uma capitulação incondicional perante a troika CE-BCE-FMI”.

 

Na imprensa próxima de Berlusconi, o tom é diferente. "Quem não está comigo, está fora ", era a manchete de segunda-feira do “ Il Giornale” , um diário de Milão propriedade da família Berlusconi.

Alessandro Sallusti, seu director, acusa Letta e os seus impostos de terem “feito cair o Governo”. “Mais uma vez, os políticos e os comentadores não perceberam nada. Pensavam ou receavam, ou talvez desejassem, – conforme os casos – que Berlusconi fizesse cair o Governo, como reacção aos seus problemas pessoais”. O que fez, acrescenta, foi não !pôr em risco o único património, depois dos filhos, que lhe interessa verdadeiramente: os seus eleitores. Qual teria sido o destino dos seus muitos votos, se o PdL tivesse dado o seu aval a uma decisão que mete a mão no bolso dos italianos?”.

 

Letta procura agora reunir o apoio de 24 deputados para vencer uma moção de confiança que será votada amanhã, dia 2 de Outubro, e que o próprio convocou a pedido do presidente da República do país, Giorgio Napolitano, numa tentativa de evitar a eleições antecipadas. Perante a eventual queda do governo italiano, o secretário de Estado das Finanças de Itália Steffano Fassina deu uma entrevista à Bloomberg onde disse que o país irá aprovar um orçamento para 2014 e cumprir os objectivos orçamentais deste ano. A meta de manter um défice orçamental inferior a 3% em 2013 será cumprida, assegurou.

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