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Orçamento esmiuçado à esquerda: comunistas aliviados e bloquistas coesos
Jerónimo de Sousa e Catarina Martins imitam os "grandes" e andam a percorrer o país em sessões de esclarecimento aos militantes sobre a inédita viabilização do diploma.
O PCP e o Bloco de Esquerda estão a replicar o clássico modelo organizativo que os partidos "grandes" seguem depois de apresentarem a sua proposta de Orçamento do Estado: percorrer o país para explicar as opções do documento e deixar uma lista de argumentos para que os militantes o possam defender nas suas comunidades.
O Orçamento para 2016 é da autoria do PS – essa ideia tem sido repetida pelos parceiros à esquerda de António Costa –, mas foi viabilizado na generalidade com o voto favorável também destes dois partidos. Em declarações à TSF, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins explicam como e por que andam a prestar contas às chamadas "bases" do partido.
O secretário-geral comunista fala no sentimento de "alívio" que lhe tem sido transmitido, tanto em relação ao acordo que sustenta a governação, como às medidas concretas de devolução de rendimentos inscritas no documento orçamental. Apesar dos elogios, Jerónimo alerta que "esta solução política será tanto mais duradoura quanto mais respostas forem dadas aos problemas e aspirações do povo".
Coesão é a palavra-chave transmitida por Catarina Martins, ainda que avise também que o partido "[sente] que pode ser feito muito mais" no que toca ao virar de página da austeridade. E acredita que isso pode ser conseguido com o reforço do peso parlamentar e das responsabilidades do Bloco até a nível governativo.
"As pessoas sempre quiseram que o Bloco se co-responsabilizasse ou mesmo governasse o país – os que votam no Bloco é para isso que votam", sustentou a coordenador bloquista, que nas legislativas de Outubro recolheu mais de meio milhão de votos, 10,19% do total, e a eleição de 19 deputados.