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Objetivo de Rio não é governar com o PS mas "afastar BE e PCP da esfera do poder"
O líder do PSD volta a admitir um cenário de bloco central apenas em casos extraordinários mas define como objetivo "afastar o Bloco de Esquerda e o PCP da esfera do poder". Em entrevista à Antena 1, Rui Rio mostra-se de acordo com o apoio aos transportes públicos mas reitera críticas a medida "completamente desigual".
O principal objetivo do PSD para as próximas legislativas, quer vença ou perca as eleições, passa por "afastar o Bloco de Esquerda e o PCP da esfera do poder", defende Rui Rio em entrevista à Antena 1. O presidente social-democrata defende que só assim o país terá condições para implementar as "reformas estruturais" necessárias.
Rio volta também a admitir a possibilidade de um Governo de bloco central com o PS, porém somente em situações extraordinárias que não se verificam nesta altura.
Para o antigo autarca portuense, Portugal persiste com uma "taxa de crescimento económico modesta" e o país precisa de uma "estratégia" distinta que é impossível de concretizar com Bloco e PCP. Rio defende que estes partidos não vão colaborar na prossecução de medidas que apoiem o crescimento.
Ainda sobre eleições mas centrando atenções nas europeias de 26 de maio, o líder laranja considera que perder um resultado seria um "mau resultado". "Bom é subir substancialmente e muito bom é ganhar" a eleição, acrescentou. O PSD detém atualmente seis eurodeputados.
Quanto à polémica com o PSD-Açores devido à não colocação de Mota Amaral em lugar elegível nas listas ao Parlamento Europeu, Rui Rio assume não perceber a "animosidade porque se havia uma característica na região autónoma dos Açores era a sensatez, o equilíbrio". Num tom mais otimista, Rio disse que ainda assim "isto passa".
O líder do PSD falou também da polémica da semana passada relacionada com os passes sociais nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, medida que considera eleitoralista. Rio diz ser favorável ao apoio aos transportes públicos mas crítica o momento escolhido que "é muito mau porque visa as eleições, visa dar mais dinheiro onde há mais eleitores". Em segundo lugar, sustenta que se trata de uma medida "completamente desigual" porque esquece o resto do país.
Já sobre a contabilização para efeitos de progressões do período em que as carreiras docentes estiveram congeladas, Rui Rio voltou a defender a recuperação de todo o tempo, ou seja os mais de nove anos também exigidos pelos candidatos.
"A forma de contar o tempo, e dois anos já estão, portanto faltam sete anos, tem de ser um misto de dinheiro no eixo do tempo e de antecipação da reforma", disse na Antena 1.
Depois de o PSD se ter juntado ao BE e ao PCP no pedido de apreciação parlamentar do decreto do Governo que contabiliza quase três anos, e que foi promulgado pelo Presidente da República, Rio diz que além da recuperação de todo o tempo, a solução deveria passar também pela "antecipação do tempo de reforma".
Rio garante que esta via pode até "não custar dinheiro porque infelizmente temos menos crianças, portanto nem todos os professores que se reformam têm de ser substituídos".
"O professor deixa de receber do Ministério da Educação e passa a receber do Segurança Social, portanto no Orçamento do Estado a coisa fica mais ou menos na mesma, mas pode não ser substituído", defende notando que "um professor com 60, 61 ou 62 anos estar a dar aulas a miúdos de 13, 14, 15 anos, que estão no sétimo, oitavo, nono ano é uma coisa muito pesada".