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António Costa propôs Centeno para primeiro-ministro. "O país não merecia ser chamado novamente a eleições", lamenta

"A solução indicada pelo PS foi apresentar uma personalidade de forte experiência governativa, respeitado e admirado pelos portugueses, com forte prestígio internacional", explicou o primeiro-ministro demissionário.

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O primeiro-ministro, António Costa, confirmou que tinha proposta ao Presidente da Repúblico que passasse Mário Centeno a ocupar o lugar após a sua demissão. Contudo, esta não foi a opção de Marcelo Rebelo de Sousa, e o socialista lamentou: "o país não merecia ser chamado novamente a eleições". 

Em declarações aos jornalistas, antes de entrar na sede do PS para a reunião da comissão política, Costa revelou que a ideia de convocação de eleições partiu do próprio Presidente, já que o secretário-geral do PS tinha sugerido o nome de Mário Centeno como novo chefe de Governo.

"A solução indicada pelo PS foi apresentar uma personalidade de forte experiência governativa, respeitado e admirado pelos portugueses, com forte prestígio internacional, que foi o professor Mário Centeno, mas o Presidente da República entendeu que, melhor do que ter uma solução estável e um governo forte e renovado, seria optar por eleições antecipadas", afirmou.

Assim a convocação de eleições "foi uma escolha do próprio [Marcelo], visto que o Conselho de Estado não se pronunciou relativamente a essa proposta e o PS, como lhe competia, apresentou uma solução alternativa, que permitisse ao país poupar meses de paralisação até às eleições", revelou o primeiro-ministro.

Questionado se estava desagradado com a escolha do Presidente da República, Costa explicou que "não é uma questão de agradar e desagradar".

"Aquilo que precisávamos era de um orçamento aprovado – que vai ser aprovado – e aproveitar a estabilidade que existe e aproveitar esta ocasião para, mudando o primeiro ministro, mudar o governo, dar nova energia, nova alma e estou certo que o professor Mário Centeno tinha todas essas qualidades", acrescentou.

O primeiro-ministro foi ainda confrontado pelos jornalistas sobre se sabia do facto de o seu chefe de gabinete deter 78 mil euros no gabinete, e que o Ministério Público defende estarem ligados aos alegados crimes de que está indiciado Vítor Escária, Costa assegurou que "evidentemente não sabia", de tal modo que "quando soube demiti-o".

António Costa exonerou Vítor Escária das funções de seu chefe de gabinete e nomeou para este lugar o major general Tiago Vasconcelos, até agora assessor militar do gabinete do primeiro-ministro. 

Quando ao processo de sucessão interno do partido que se abre com a saída de António Costa, o secretário-geral do PS garantiu que expressará "no boletim de voto" a sua "escolha mas não fará "qualquer tipo de intervenção".

"O PS tem gente bem preparada com capacidade executiva. Quando olho para a oposição diria que dão 10 a zero em capacidade executiva", rematou Costa.


(Notícia atualizada às 22:04 horas).
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