Notícia
Nuclear: Irão acusa EUA de "visão irrealista" que está a atrasar o acordo
Em 2018, o então Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo nuclear, e o atual inquilino da Casa Branca, Joe Biden, prometeu restaurá-lo.
25 de Março de 2022 às 00:04
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano disse hoje que o Irão está preparado para chegar a um entendimento duradouro com as potências mundiais e acusou os EUA de terem uma "visão irrealista" e impedirem o restabelecimento do acordo nuclear.
Hossein Amirabdollahian, durante uma visita a Beirute, apelou aos norte-americanos para pararem de "perder tempo".
No último ano, decorreram em Viena difíceis negociações para restaurar o acordo nuclear assinado em 2015 por Teerão e pelas potências mundiais (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido - e a Alemanha).
Em 2018, o então Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo nuclear, e o atual inquilino da Casa Branca, Joe Biden, prometeu restaurá-lo.
O Irão, com a economia asfixiada, tem apelado para o alívio das sanções, mas tem tentado resistir às duras exigências dos restantes signatários.
As negociações quase chegaram a bom porto no início deste mês, antes de Moscovo exigir que o seu comércio com o Irão fosse excluído das sanções que lhe foram impostas pelo Ocidente por ter invadido a Ucrânia, o que lançou o caos no processo negocial.
Os negociadores terão de voltar a reunir-se na capital austríaca, não estando agora claro com que obstáculos se depararão.
O líder supremo do Irão expressou na segunda-feira apoio às negociações sobre o programa nuclear de Teerão para garantir o levantamento das sanções, numa rara referência ao processo em curso, quando as potências mundiais parecem aproximar-se de um acordo.
O ayatollah Ali Khamenei sublinhou a importância da autossuficiência económica iraniana, num longo discurso transmitido pela televisão, por ocasião do Nowruz, o Ano Novo Persa, mas logo acrescentou: "Não estou a dizer que não devam procurar levantar as sanções. Aqueles que estão a tentar e a trabalhar nessa área, não há problema".
Na sexta-feira, foi revelado que o Irão converteu parte do seu 'stock' de urânio altamente enriquecido em material crucial para detetar cancros e outras doenças, decisão que parece indicar a possibilidade de o acordo ser alcançado.
No Líbano, Hossein Amirabdollahian discutiu várias matérias com as autoridades locais, incluindo as eleições legislativas daquele pequeno país do mediterrâneo, agendadas para maio, a guerra entre Rússia e Ucrânia e os últimos desenvolvimentos sobre as negociações para retomar o acordo nuclear iraniano.
"Acreditamos que, se houver uma visão norte-americana realista para lidar com a situação, muito em breve veremos o nascimento deste acordo nuclear", apontou.
Questionado sobre os principais obstáculos, o chefe da diplomacia iraniana referiu apenas que "algumas questões ainda estão pendentes e estão relacionadas com o levantamento de sanções injustas" impostas ao Irão.
"Acreditamos que os Estados Unidos devem seguir o caminho certo em vez de perder tempo. Estamos prontos para chegar a um acordo forte, bom e duradouro, desde que não se ultrapassem as linhas vermelhas da República Islâmica do Irão", sublinhou.
O Irão tem uma ampla influência no Líbano, através do grupo militar xiita Hezbollah, que tem financiado e armado desde o início dos anos 1980.
Hossein Amirabdollahian chegou hoje ao Líbano, depois de passagem pela vizinha Síria, onde se encontrou com o Presidente sírio Bashar al-Assad e outros governantes.
Teerão é também um forte aliado de Assad e enviou milhares de combatentes, incluindo militantes do Hezbollah, para reforçar as forças do governo sírio contra os oponentes, no conflito que dura há já 11 anos.
Hossein Amirabdollahian, durante uma visita a Beirute, apelou aos norte-americanos para pararem de "perder tempo".
Em 2018, o então Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo nuclear, e o atual inquilino da Casa Branca, Joe Biden, prometeu restaurá-lo.
O Irão, com a economia asfixiada, tem apelado para o alívio das sanções, mas tem tentado resistir às duras exigências dos restantes signatários.
As negociações quase chegaram a bom porto no início deste mês, antes de Moscovo exigir que o seu comércio com o Irão fosse excluído das sanções que lhe foram impostas pelo Ocidente por ter invadido a Ucrânia, o que lançou o caos no processo negocial.
Os negociadores terão de voltar a reunir-se na capital austríaca, não estando agora claro com que obstáculos se depararão.
O líder supremo do Irão expressou na segunda-feira apoio às negociações sobre o programa nuclear de Teerão para garantir o levantamento das sanções, numa rara referência ao processo em curso, quando as potências mundiais parecem aproximar-se de um acordo.
O ayatollah Ali Khamenei sublinhou a importância da autossuficiência económica iraniana, num longo discurso transmitido pela televisão, por ocasião do Nowruz, o Ano Novo Persa, mas logo acrescentou: "Não estou a dizer que não devam procurar levantar as sanções. Aqueles que estão a tentar e a trabalhar nessa área, não há problema".
Na sexta-feira, foi revelado que o Irão converteu parte do seu 'stock' de urânio altamente enriquecido em material crucial para detetar cancros e outras doenças, decisão que parece indicar a possibilidade de o acordo ser alcançado.
No Líbano, Hossein Amirabdollahian discutiu várias matérias com as autoridades locais, incluindo as eleições legislativas daquele pequeno país do mediterrâneo, agendadas para maio, a guerra entre Rússia e Ucrânia e os últimos desenvolvimentos sobre as negociações para retomar o acordo nuclear iraniano.
"Acreditamos que, se houver uma visão norte-americana realista para lidar com a situação, muito em breve veremos o nascimento deste acordo nuclear", apontou.
Questionado sobre os principais obstáculos, o chefe da diplomacia iraniana referiu apenas que "algumas questões ainda estão pendentes e estão relacionadas com o levantamento de sanções injustas" impostas ao Irão.
"Acreditamos que os Estados Unidos devem seguir o caminho certo em vez de perder tempo. Estamos prontos para chegar a um acordo forte, bom e duradouro, desde que não se ultrapassem as linhas vermelhas da República Islâmica do Irão", sublinhou.
O Irão tem uma ampla influência no Líbano, através do grupo militar xiita Hezbollah, que tem financiado e armado desde o início dos anos 1980.
Hossein Amirabdollahian chegou hoje ao Líbano, depois de passagem pela vizinha Síria, onde se encontrou com o Presidente sírio Bashar al-Assad e outros governantes.
Teerão é também um forte aliado de Assad e enviou milhares de combatentes, incluindo militantes do Hezbollah, para reforçar as forças do governo sírio contra os oponentes, no conflito que dura há já 11 anos.