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Montenegro responde a Centeno sobre previsão de défice
Primeiro-ministro diz que previsões do Banco de Portugal que apontam um défice de 0,1% em 2025 estão em "contramão" com outras entidades, mas admite "acerto" ao longo da execução orçamental e um esforço para "comportar" medidas aprovadas pela oposição.
O primeiro-ministro Luís Montenegro respondeu esta sexta-feira às previsões económicas do relatório de dezembro do Banco de Portugal (BdP), liderado por Mário Centeno, que apontam para um regresso ao défice já no próximo ano.
"São previsões que aparecem um bocadinho em contramão, visto que não há mais nenhuma entidade que acompanhe o pessimismo que o governador do BdP expressou sobre a performance orçamental do próximo ano", referiu Montenegro.
À margem de uma visita à Fundação de Serralves, no Porto, o primeiro-ministro manifestou confiança de que será atingido um superávite no próximo ano. "A situação está controlada e há perspetivas de podermos ter um crescimento económico e um exercício orçamental nomeadamente do lado da despesa que desembocarão num resultado orçamental diferente", disse aos jornalistas.
Contudo, Montenegro admite ajustes, lembrando que o próprio Centeno disse que tudo depende da execução orçamental. "O governo irá acompanhar a execução e se for necessário algum acerto, fá-lo-emos", admitiu.
Montenegro referiu ainda que o governo fará "um esforço para comportar na execução orçamental as propostas que foram aprovadas" que tiverem impacto na despesa para 2025.
Assinalando que as projeções "não são tão diferentes quanto isso" - de "apenas quatro décimas" entre o déficit de 0,1% do BdP e o superávite de 0,3% do Governo - Montenegro diz que o "tira-teimas será o dia 31 de dezembro de 2025", data em que se irá apurar se o governo foi "otimista" ou Centeno "pessimista".