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Miranda Sarmento: "Mantemos total confiança na previsão de excedente"

Depois de o Banco de Portugal ter previsto um défice orçamental em 2025, o ministro das Finanças assegura que mantém a expectativa para um saldo positivo de 0,3%.

Mariline Alves
16 de Dezembro de 2024 às 17:10
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O Governo garante estar seguro sobre a projeção de atingir um excedente orçamental de 0,3% em 2025.

"Mantemos total confiança na nossa previsão", afirmou nesta segunda-feira o ministro das Finanças no encontro "Fora da Caixa" organizado pela Caixa Geral de Depósitos.

O responsável pela pasta das Finanças realçou também que na previsão para o crescimento económico, o Governo até é conservador, face às estimativas das principais entidades. "Para o próximo ano a nossa previsão, conservadora, é de um crescimento de 2,1%, abaixo das previsões do Banco de Portugal, Fundo Monetário Internacional e Conselho das Finanças Públicas", disse, sublinhando os riscos externos, incluindo a incerteza política na Europa, a política comercial norte-americana, a evolução da China e os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente.

Para atingir essas metas de crescimento, "é muito importante que o país mantenha as contas públicas equilibradas e uma trajetória de redução da dívida pública. Portugal tem de manter ligeiros excedentes orçamentais de 0,3% ou 0,4%", enfatizou, "para reduzir a dívida que ainda é elevada e para ter margem" de reação face a imprevistos.

O governante respondia assim ao governador do Banco de Portugal (BdP) que admitiu um défice de 0,1% no próximo ano. Miranda Sarmento ressalvou que o ministério "não deixará de fazer um acompanhamento diário" das contas públicas.

"Mantemos a previsão de excedente de 0,3%", assegurou, reforçando que o BdP está isolado nas estimativas negativas: "O FMI e o Conselho das Finanças Públicas mantém a previsão de 0,4%", reforçou.

O BdP estima um défice de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, seguindo-se um saldo negativo de 1% do PIB em 2026 e novo défice de 0,9% do PIB em 2027.

Miranda Sarmento não perdeu, no entanto, a oportunidade para criticar os partidos da oposição, que no processo orçamental conseguiram aprovar várias medidas que implicam despesa.

"Quando olhamos para 2024 deve preocupar-nos o comportamento do Parlamento", disse, explicando que os deputados entregaram "um conjunto de medidas que valem mil milhões de euros" e com isso "reduziu a margem de atuação".

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