Notícia
"Minister of what?", pergunta a Reuters sobre João Soares
Reuters e Efe foram duas agências de notícias internacionais que reportaram a ameaça do ministro da Cultura de dar umas "bofetadas" em seus críticos e as reacções que se seguiram.
"Minister of what? Portugal culture minister wants to slap critics" é o título do texto da notícia da agência Reuters que reporta as ameaças de João Soares a dois cronistas do jornal Público, referindo que o ministro da Cultura de Portugal está agora a ser convidado à demissão "for doing something, well, uncultured" – ou seja, por se ter comportado de forma inculta.
Escreve a agência britânica que, "depois de ser chamado de 'incompetente' e acusado de promover um estilo de trabalho 'de compadrio, prepotência e grosseria', o ministro da Cultura João Soares achou chegada a hora de dar um par de bofetadas em dois colunistas de um influente jornal".
A Reuters dá ainda conta da opinião pessoal do social-democrata Sérgio Azevedo que considerou incompatíveis essas declarações com a permanência no governo e que o "post" de Soares no Facebook "recebeu mais de 800 comentários na sua maioria críticos e muitos exigiram sua renúncia". Por fim, a agência refere que o Ministério da Cultura lhe respondeu que não iria comentar o caso e que se revelou impossível contactar o ministro, que esclarece ser filho do ex-primeiro-ministro e presidente Mário Soares.
"João Soares criticado por ameaçar esbofetear colunistas" é, por seu turno, o título da agência noticiosa espanhola Efe. "O ministro da Cultura de Portugal, João Soares, ameaçou através das redes sociais esbofetear dois colunistas que trabalham na imprensa portuguesa, umas palavras que lhe valeram duras críticas e que geraram uma intensa polémica", noticia a agência do país vizinho. A Efe reporta ainda a reacção de Augusto M. Seabra, que considerou "inclassificável" a postura do ministro, mas não dá conta de reacções dos partidos políticos.
O PSD e o CDS criticam as declarações do ministro, mas não ao ponto de pedir a sua demissão. O PS e os partidos que têm apoiado o governo de António Costa no Parlamento - BE, PCP, Verdes e PAN - ainda não reagiram.