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Merkel elogiou Passos na sexta-feira. Já tinha feito o mesmo com Sócrates após chumbo do PEC IV

Na sexta-feira, a chanceler alemã elogiou Passos Coelho pelas "coisas impressionantes" alcançadas. Esta não é uma atitude inédita. Em 2011, depois de a oposição ter chumbado o PEC IV, Merkel também teceu rasgados elogios a José Sócrates.

Bloomberg
06 de Fevereiro de 2016 às 14:45
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"As novas medidas tomadas pelo Governo português para reduzir o défice orçamental foram de longo alcance" e "é importante continuar o caminho bem sucedido". Estas duas afirmações sobre as políticas seguidas em Portugal, ambas proferidas por Angela Merkel, até podiam ter sido feitas em acto contínuo, mas estão separadas por uma distância temporal de quase cinco anos.

 

A primeira foi feita em Bruxelas a 24 de Março de 2011, no dia seguinte a José Sócrates ter anunciado a demissão do cargo de primeiro-ministro na sequência do chumbo do PEC IV. E a segunda esta sexta-feira, 5 de Fevereiro, em Berlim, onde Merkel esteve reunida com o primeiro-ministro português, António Costa, no primeiro encontro bilateral entre os dois governantes.

 

Os rasgados elogios feitos por Angela Merkel ao Governo liderado por Passos Coelho foram recebidos com alguma estranheza, especialmente porque enunciados numa conferência de imprensa em que a chanceler estava lado a lado com António Costa. O homem que, contrariando todas as expectativas, acabou por chegar a primeiro-ministro após derrubar o Governo mais curto da história democrática portuguesa, liderado precisamente por Passos Coelho.

 

"O antecessor de António Costa conseguiu coisas impressionantes", acrescentou esta sexta-feira Angela Merkel, que sublinhou ainda que "os últimos anos em Portugal não foram fáceis, mas foram bem sucedidos".

 

Em 2011, era já José Sócrates primeiro-ministro demissionário, a governante germânica dizia estar "grata a Sócrates" pelas medidas de "longo alcance" adoptadas pelo Governo português para reduzir o défice orçamental. Adjectivos como "corajoso" e "correcto" foram também utilizados pela chanceler para se referir ao antigo secretário-geral do PS.

 

Nesse dia 24 de Março de 2011, Merkel e Sócrates coincidiram na última cimeira europeia do político português, ocasião também aproveitada pela chefe do Governo alemão para lamentar "profundamente que não tivesse havido uma maioria no Parlamento [português] para apoiar o novo pacote de medidas".

 

O chumbo do PEC IV votado por toda a oposição parlamentar ao então Executivo minoritário liderado por Sócrates seria utilizado pelo na altura primeiro-ministro demissionário e pelo seu ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, como o factor que tornou inevitável o pedido de ajuda externa formalizado no dia 6 de Abril de 2011.

 

Antes do Conselho Europeu realizado nesse dia 24 de Março de 2011, em Bruxelas, durante a minicimeira que habitualmente reúne os membros do PPE antes destas cimeiras europeias, Passos Coelho, ainda líder da oposição mas já apontado pelas sondagens como provável sucessor de Sócrates, diria que não concordar com o ponto de vista de Merkel, indiciando que as relações entre os dois não eram as melhores. 

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