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Merkel recandidata-se à liderança do partido para "trazer estabilidade e rumo"
A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou este domingo a recandidatura à liderança do seu partido, União Democrata Cristã (CDU).
Após 11 anos no cargo, a decisão de anunciar uma candidatura a um quarto mandato à frente do seu partido - e à frente dos destinos da Alemanha, como chanceler - "é tudo menos trivial: para o país, para o partido e para mim, pessoalmente", afirmou este domingo Angela Merkel numa conferência de imprensa, após ter estado reunida com membros da CDU para comunicar essa decisão.
O jornal alemão Bild tinha já avançado hoje que Merkel deveria recandidatar-se à liderança da CDU, tendo a própria confirmado a decisão quando se reuniu com o partido.
Pouco depois, em conferência de imprensa, Angela Merkel declarou que procura um quarto mandato como chanceler alemã para oferecer "orientação em tempos difíceis". Quando falou com o partido, sublinhou o mesmo: quer ser reeleita para "trazer estabilidade e rumo nestes tempos difíceis".
Agora, a sua candidatura irá a votos na convenção anual da CDU, em Essen, em inícios de Dezembro.
"Estas eleições serão mais difíceis do que nunca, pelo menos desde a reunificação da Alemanha", disse Merkel. "Iremos defrontar-nos com desafios de todos os lados", acrescentou, falando sobre "a forte polarização da nossa sociedade" e sobre o facto de a União Europeia se confrontar com "fortes tensões" devido à cride do euro, à questão dos refugiados e à saída do Reino Unido como membro (Brexit).
De acordo com uma sondagem publicada hoje pelo jornal Bild, 55% dos alemães concorda que Merkel lidere o país numa quarta legislatura, 13 pontos mais do que os registados numa sondagem de Agosto.
Isto apesar de a CDU ter passado por alguns desaires eleitorias nos últimos meses. Por exemplo, no início de Setembro, sofreu uma pesada derrota no estado de Mecklenburg-Vorpommern, onde Angela Merkel nasceu, ficando em terceiro lugar e atrás do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha. A 18 de Setembro a CDU registou a pior votação de sempre em Berlim.
Se as eleições fossem hoje, segundo aquela sondagem realizada pelo instituto Emnid, a CDU e a CSU conseguiriam 33% dos votos, ficando nove pontos à frente dos sociais-democratas.
Com eles no Parlamento estariam, como agora, Os Verdes (12%) e A Esquerda (9%), e entrariam a Alternativa para a Alemanha (Afd), com 13% dos votos e regressariam os liberais do FDP com 5%.