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Merkel e SPD chegam a acordo. Coligação está mais próxima

Há acordo. Após 24 horas de negociações SPD e CDU terão chegado a um acordo que permitirá avançar para uma coligação de governo, revelam fontes dos dois partidos, citados pelas agências de informação internacionais.

Reuters
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O bloco conservador liderado por Angela Merkel (CDU e o partido-irmão bávaro CSU), e o SPD, de Martin Schulz, chegaram a um acordo de princípio com vista ao início de conversações formais para a formação de Governo, isto depois de terem estado em negociações durante toda a noite, revelam as agências de informação internacionais.


Este acordo abre caminho para que se forme uma coligação de Governo que ponha fim a mais de três meses de impasse político, depois do resultado inconclusivo das eleições de Setembro. 

 

Neste último dia, as negociações prolongaram-se durante 24 horas, tendo-se arrastado para a manhã desta sexta-feira, 12 de Janeiro, a data-limite previamente estabelecida para o final das conversas exploratórias. Uma vez mais, os temas a dificultar o compromisso alcançado foram a política migratória, com a CSU a pretender maiores restrições à entrada de refugiados e à reunião familiar, o reforço do investimento público defendido pelo SPD e a diminuição de impostos pretendida pelo campo conservador.


Em resultado das conversas exploratórias iniciadas no passado domingo, os líderes apresentaram aos membros dos seus partidos um acordo de princípio sobre um conjunto alargado de áreas que é composto por 28 páginas. Serão agora iniciadas conversações oficiais com vista à reedição da grande coligação. No entanto, há ainda obstáculos que poderão impedir, ou pelo menos dificultar, um acordo final de Governo.

É que enquanto a CDU e a CSU apenas terão de ver um eventual acordo aprovado pelas respectivas direcções, o SPD vai colocar essa decisão nas mãos das bases sociais-democratas num congresso extraordinário já marcado para o próximo dia 21 de Janeiro. É grande a divisão no SPD quanto à possibilidade de o partido integrar um novo executivo chefiado por Merkel, em especial porque os sociais-democratas têm vindo a perder expressão eleitoral nos últimos anos. Nas últimas eleições federais, o SPD obteve mesmo o pior resultado do pós-Guerra.

Acordo final ainda não pode ser dado como garantido

Ao mesmo tempo que o facto de serem os militantes a decidir pode ser um entrave, é também um trunfo negocial para Martin Schulz conseguir ganhos negociais nas conversações com o bloco democrata-cristão. Já foi noticiado que, entre outros objectivos, como o reforço da integração da Zona Euro, Schulz quer um social-democrata a liderar o importante Ministério das Finanças alemão.

Mas mesmo que mereça aprovação dos diferentes partidos, a formação de um novo governo deverá levar semanas, não devendo ficar concluída antes de Março ou mesmo Abril. Se fracassarem as negociações, o cenário mais provável é a realização de eleições antecipadas, já que Merkel rejeita liderar um Governo minoritário, mesmo que este merecesse o apoio circunstancial do SPD no Bundestag.

Após uma vitória que não deixou de representar uma importante perda eleitoral, a chanceler Angela Merkel, no poder há 12 anos, e o seu bloco democrata-cristão tentaram de início uma aliança com liberais e ecologistas, porém as negociações terminaram sem sucesso.

 

Logo após as eleições federais de Setembro, Schulz colocou de parte qualquer hipótese de participar em negociações com a CDU de Merkel para renovar a grande coligação. Contudo, a tentativa de constituir uma aliança alargada e nunca experimentada – conhecida por Jamaica – que além da CDU/CSU incluía os Verdes e os liberais do FDP caiu por terra, aumentando a pressão para um novo acordo entre a CDU e o SPD.

 

Depois de ter governado com Merkel em oito dos 12 anos que a líder democrata-cristã passou na chancelaria, Martin Schulz concluiu, na altura, que o partido precisava de reencontrar-se e definir um novo rumo, algo que só poderia ser alcançado sem o ónus da governação. 

 

Nas duas outras grandes coligações lideradas por Merkel (2005-09 e 2012 até ao presente), o SPD ficou-se por um papel secundário, em grande medida incapaz de determinar o rumo do país. À excepção de algumas medidas ao nível interno, como é exemplo o aumento do salário mínimo aprovado na última legislatura, não se fez sentir a influência do partido júnior da grande coligação, algo bem patente na política europeia. Desta vez as coisas podem ser diferentes, desde logo porque Angela Merkel já se mostrou disponível para inaugurar um novo período na integração europeia. E o SPD pode ajudar nesse processo.


(Notícia actualizada com mais informação)
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