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Medina: "Eu não comprei uma casa à Teixeira Duarte"

Sem concretizar, o candidato do PS à Câmara da capital acusa candidaturas adversárias de passarem informações falsas aos jornais e de haver tentativas de atingir o seu bom-nome, em torno do processo de compra da sua casa em Lisboa.

Miguel Baltazar
13 de Setembro de 2017 às 16:58
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O presidente da Câmara de Lisboa e candidato às autárquicas de 1 de Outubro acusou "fonte partidária em candidaturas adversárias" de estar a passar informações "falsas" aos jornais sobre a compra da sua casa e garantiu que desconhecia que a proprietária do imóvel nas Avenidas Novas era da família Teixeira Duarte.

Em declarações à TVI 24 esta terça-feira, 13 de Setembro, em Lisboa, Fernando Medina justificou a aquisição da casa – cuja operação está a ser investigada pelo Ministério Público em virtude de denúncia anónima – com razões familiares e argumentando que pagou um preço superior ao pedido pelo vendedor e acima do valor de mercado.

"Percebi quem era a proprietária no momento em que fui adquirir a casa. (…) Desconhecia qual o posicionamento da proprietária na hierarquia da família [Teixeira Duarte], as suas relações com o grupo, não comprei uma casa à Teixeira Duarte, eu comprei um apartamento em frente aos meus sogros," afirmou.

O esclarecimento de Fernando Medina surge poucas horas depois de o Ministério Público ter confirmado estar a investigar a transacção. "A matéria relativa à compra do imóvel é referida numa denúncia anónima recebida na Procuradoria-Geral da República em finais de Agosto" e que a participação foi remetida ao Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa "onde se encontra em investigação", avançou a Lusa.

Esta terça-feira, o jornal online Observador noticiou que Fernando Medina não declarou no Tribunal Constitucional o valor integral aplicado na compra de um duplex no centro de Lisboa, por 645 mil euros, mas apenas o sinal de 220 mil euros.

A Sábado avançou depois que o imóvel em causa foi vendido a Medina por Isabel Maria Calaínho de Azevedo Teixeira Duarte, neta do fundador da construtora, irmã de um dos seus directores e prima direita do presidente da construtura, Pedro Maria Calaínho Teixeira Duarte.

E esta quarta-feira, o i e o Público acrescentavam que a Câmara Municipal de Lisboa adjudicou por ajuste directo este Verão uma obra de mais de 5 milhões de euros, no miradouro de São Pedro de Alcântara, à construtora a que Isabel Teixeira Duarte está ligada por laços familiares, empresa que desde 2015 não tinha contratos com a autarquia. Mas o autarca defende que as decisões da Câmara foram "sustentadas em pareceres técnicos e algumas delas nem contaram com a minha participação."

Sobre o apartamento, Medina argumenta que teve conhecimento de uma casa que estava à venda no mesmo prédio e andar que aquele onde os sogros vivem e que, para ter uma "vida melhor, uma família em conjunto", interessou-se na aquisição, tendo toda a negociação decorrido através da agência imobiliária, a Homelovers.

O Público sustenta que os 645 mil euros de compra do imóvel ficaram abaixo do que é considerado como estando a ser praticado no mercado e dos 843 mil euros que a antiga proprietária tinha pago em 2006. E compara com a venda feita pelo autarca, de um outro apartamento na mesma zona, por 490 mil euros, acima dos 360 mil pelos quais o tinha adquirido. Em ambos os casos, medeiam 10 anos entre compras e vendas.

Mas Medina refere que pagou um valor acima do publicitado pela agência (645 mil contra 635 mil euros) e "superior à média dos preços praticados naquela zona para aqueles prédios". Uma fonte do sector imobiliário, não identificada, citada pelo Observador, tinha sugerido que o preço tinha ficado abaixo da média praticada.

O candidato socialista remeteu para o seu site (www.medina2017.pt), onde refere ter disponibilizado todos os documentos associados à transacção, e defendeu ter agido "como todos os cidadãos de bem fazem," desde logo ilustrando com o facto de ter recorrido a crédito bancário para suportar a compra "como outros portugueses".

"Só posso reagir com indignação às notícias que são publicadas. (…) [São] denúncias anónimas, de gente sem rosto, que alimenta falsidades. (…) Podem tentar, mas não vão conseguir. Não vamos desistir de fazer desta campanha o que deve ser – uma campanha de discussão de políticas e de opções e não uma campanha de casos," afirmou.
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