Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Maria Luís Albuquerque: Governo "pode e deve evitar quaisquer sanções económicas"

A vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque afirmou este sábado que o actual Governo "pode e deve evitar quaisquer sanções económicas e de suspensão dos fundos comunitários".

Miguel Baltazar
02 de Julho de 2016 às 18:17
  • 21
  • ...

Maria Luís Albuquerque afirmou que cabe a este Governo, "que tem todas as condições e todos os instrumentos", junto das instituições europeias, criar confiança e "reiterar que fará tudo o que for necessário par prosseguir a trajectória de consolidação orçamental e de crescimento que herdou do anterior Governo, e voltar a ter a confiança e a credibilidade que recebeu quando tomou posse no final do ano passado".

Para a dirigente do PSD, "Bruxelas está preocupada com o actual Governo e com esta maioria", que, na sua opinião, não transmitem confiança à União Europeia.

"As preocupações em Bruxelas prendem-se, essencialmente, com a política que tem sido seguida por este Governo e esta maioria", disse Maria Luís Albuquerque, acrescentando que se tem ouvido múltiplos responsáveis - parceiros europeus, instituições europeias e analistas de mercado - "virem fazer sucessivos alertas com crescente preocupação sobre aquilo que se está a passar actualmente" em Portugal.

"São preocupações e alertas que não devemos ignorar. Até ao momento não tiveram ainda consequências para os portugueses, mas um desvio da trajectória que o país devia seguir terá certamente consequências", advertiu.

Estas preocupações, no seu entender, "demonstram falta de confiança e credibilidade" do Orçamento do Estado para 2016 e do programa de estabilidade "que foi apresentado por este Governo no passado mês de Abril e que define uma trajectória para os próximos anos".

"Se o Governo anterior tivesse continuado em funções, se eu ainda fosse ministra das Finanças, esta questão não se estaria a colocar para Portugal neste momento", garantiu Maria Luís Albuquerque, que falava aos jornalistas, na sede do PSD, em Lisboa.

Maria Luís Albuquerque voltou a reafirmar que "o défice de 2015, se excluirmos o efeito Banif, ficou em 3%. Quem reporta o défice nominal para efeitos de défices excessivos são as autoridades estatísticas - o Instituto Nacional de Estatítica (INE) e o Eurostat. Um défice nominal é de 4,4%, descontando 1,4% do Banif dá um défice de 3%".

Maria Luís Albuquerque acusou o Governo de "retórica política" com "o primeiro-ministro a referir-se a um défice de 3,2%, que não é correcto", e afirmou que nunca ouviu o actual ministro das Finanças referir-se a esta cifra.

A vice-presidente social-democrata recordou, ainda, que a Direcção-Geral do Orçamento se referiu recentemente a um défice de 3,1% e recordou que, a10 de Dezembro do ano passado, o actual Governo anunciou, "com pompa e circunstância", que o Governo anterior "não tinha deixado as contas de molde a garantir um défice abaixo dos 3% e que por isso seriam tomadas medidas extraordinárias para garantir esse resultado".

"Essas medidas foram decididas, anunciadas e, deduzo, ou espero, que tenham sido postas em prática", disse.

"Se agora viesse a revelar-se um défice de 3,1%, eu diria que só com muita incompetência um Governo que fecha um Orçamento e tomou medidas extraordinárias é que poderia ter permitido uma derrapagem de 0,1%, é algo que no fecho das contas seria sempre controlável, se o Governo tivesse de facto, essa intenção", afirmou.

Maria Luís Albuquerque escusou-se a comentar a possibilidade de um segundo resgaste a Portugal, possibilidade avançada pelo ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, mas afirmou que "a preocupação é muita e que os portugueses não merecem voltar atrás, não merecem voltar a passar por um resgate financeiro", delegando no actual Governo e maioria "a responsabilidade de fazer tudo aquilo que for necessário para evitar um tal cenário".

 

Ver comentários
Saber mais Maria Luís Albuquerque PS PSD sanções Governo António Costa Bruxelas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio