Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Marcelo: "Somos portugueses. Como sempre, triunfaremos"

O Presidente da República fez esta sexta-feira o seu primeiro discurso no dia 10 de Junho. Foi uma intervenção em que exaltou os feitos dos portugueses e em que recordou que, nos momentos de crise, o povo "assumiu sempre o papel determinante".

3º Marcelo Rebelo de Sousa, 1169 notícias - Terão sido poucos os dias em que o Presidente da República não fez declarações públicas este ano.
Miguel Baltazar/Negócios
10 de Junho de 2016 às 11:11
  • ...

Foi com uma nota de optimismo que Marcelo Rebelo de Sousa terminou o seu discurso do 10 de Junho, um discurso em que evitou abordar temas políticos ou de actualidade e em que preferiu passar em retrospectiva alguns dos principais feitos do povo português, que foi o centro da sua intervenção. "Somos portugueses. Como sempre, triunfaremos", resumiu o Presidente, assinalando que as dificuldades têm marcado a história portuguesa, mas que isso nunca impediu Portugal de ser bem-sucedido.

 

Marcelo Rebelo de Sousa caracterizou, em traços elogiosos, o povo português, um povo que "não vacila, não trai, não se conforma, não desiste". "A sabedoria, hoje como há nove séculos, reside no povo. Portugal avançou e cresceu sempre que as elites souberam interpretar a vontade popular" e "o guiaram em comunhão plena", recordou o Presidente. E foi assim que "ao longo dos séculos se foi construindo e consolidando a identidade nacional".

 

Marcelo Rebelo de Sousa esteve acompanhado, na tribuna, pelo primeiro-ministro António Costa, pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que é a segunda figura do Estado, e por representantes dos partidos políticos, entre os quais Pedro Passos Coelho, do PSD. Marcelo passou as forças armadas em revista, condecorou seis militares e assistiu ao desfile dos vários ramos do Exército.

 

O Presidente não deixou de traçar, de forma implícita, o paralelo com os momentos mais difíceis do passado. "E nos momentos de crise, quando a pátria é posta à prova, é sempre o povo que assume o papel determinante", notou. "Foi o povo, armado e não armado, que nos deu a possibilidade de estarmos aqui hoje a celebrar Portugal". Alguns exemplos históricos: "Foi o povo, a arraia-miúda, quem valeu ao Mestre de Avis, foi o povo quem não se vergou durante 60 anos até chegar o 1º de Dezembro [durante a regência espanhola], foi o povo quem fez frente às invasões no século XIX [francesas], foi o povo quem sonhou, lutou e persistiu na busca de um futuro melhor".

 

Tem sido, pois, "o povo, sempre o povo a lutar por Portugal", mesmo "quando algumas elites nos falharam" em troca de "prebendas vantajosas, títulos pomposos, auto-contemplações deslumbradas". "O povo é o garante do nosso desenvolvimento económico, do progresso, da reconfiguração de Portugal como país de raiz europeia, como plataforma entre continentes, culturas e civilizações. É esse povo que hoje, aqui e em França, queremos celebrar", realçou Marcelo.

cotacao O povo é o garante do nosso desenvolvimento económico, do progresso, da reconfiguração de Portugal como país de raiz europeia, como plataforma entre continentes, culturas e civilizações. MARCELO REBELO DE SOUSA Presidente da República 

Do Terreiro do Paço para o mundo

 

O Presidente usou depois o Terreiro do Paço como metáfora da capacidade de regeneração dos portugueses. "O nosso cosmopolitismo, para não dizer o nosso universalismo, começou aqui. E foi aqui que a nossa independência foi perdida e recuperada. Foi aqui também que demos prova de que somos capazes: novamente, e a partir do nada, construímos, reerguemos, Lisboa renasceu e esta bela praça tornou-se uma das mais belas da Europa", congratulou-se. "Mostrámos de que fibra somos feitos e do que somos capazes".

 

E é do Terreiro do Paço que a história se voltará a reescrever, novamente numa nota de optimismo a fazer lembrar aquele que caracteriza António Costa. "Hoje, desta mesma praça que é símbolo maior do nosso imaginário colectivo, partimos uma vez mais rumo ao futuro. Somos portugueses, como sempre triunfaremos".

 

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa vão deslocar-se para Paris por via aérea, para continuar as cerimónias do 10 de Junho. Às 18:15, o Presidente da República vai encontrar-se com o seu homólogo francês, François Hollande, e com o primeiro-ministro Manuel Valls, no palácio do Eliseu, em Paris. Depois, às 19:00, vão decorrer as cerimónias oficiais de celebração do 10 de Junho na capital francesa, nas quais vão intervir a presidente da câmara parisiense e François Hollande, bem como o próprio Marcelo Rebelo de Sousa. António Costa também vai marcar presença nestas comemorações.

 

Será nessa ocasião que Marcelo vai condecorar quatro portugueses, entre os quais duas portuguesas que ajudaram a salvar dezenas de pessoas que fugiam do Bataclan, quando este foi atacado por terroristas em Novembro do ano passado.

Ver comentários
Saber mais Marcelo Rebelo de Sousa 10 de Junho comunidades portuguesas Forças Armadas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio