Notícia
Até a chuva une Marcelo e Costa
Junto da comunidade portuguesa em França, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a falar da solidariedade entre Presidente e primeiro-ministro, agora pela partilha de um guarda-chuva.
O Presidente da República discursou este domingo, 12 de Junho, à chuva no palco da festa da Rádio Alfa, nos arredores de Paris, e retomou a mensagem de elogio ao povo, afirmando que "é melhor do que os políticos".
"O melhor que nós temos é o povo. Não é que os políticos também não sejam bons", ressalvou Marcelo Rebelo de Sousa, virando-se para o primeiro-ministro, António Costa, que também estava no palco. "Mas o povo é melhor do que os políticos", considerou.
Nesta altura, começou a chover com mais força e António Costa aproximou-se de guarda-chuva na mão para proteger o chefe de Estado.
"Estão a ver o que é a colaboração entre os dois poderes? Mas vejam bem, quem tem o guarda-chuva é o senhor primeiro-ministro de esquerda, quem é apoiado é o Presidente que veio da direita", observou Marcelo. "É a solidariedade", acrescentou.
Momentos antes, o apresentador de televisão José Figueiras anunciou que ia subir ao palco "o Presidente mais popular de todos os tempos".
Depois, o primeiro-ministro passou-lhe o microfone dizendo que era "uma enorme honra" dar a palavra ao "Presidente da República de todos os portugueses".
Dirigindo-se aos emigrantes e luso-descendentes, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que vai estar com António Costa "junto de outras comunidades para agradecer o que têm passado, sofrido, vivido, construído, realizado, passado aos filhos e netos".
Entretanto, a chuva abrandou.
"Portugal não esquece. Portugal está tão grato que acabou a chuva", afirmou o chefe de Estado.
Antes de sair do palco, o Presidente da República voltou a exaltar as qualidades nacionais, pedindo que gritassem por Portugal: "Qual é o melhor país do mundo? Qual é o melhor povo do mundo? Qual é a melhor selecção do mundo? Qual é a pátria que queremos para os nossos netos, para os nossos bisnetos? Viva Portugal".
Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro estiveram na festa da Rádio Alfa perto de três horas, onde cumprimentaram inúmeros portugueses residentes na região de Paris e foram constantemente solicitados para tirar fotografias.
Ao contrário do que costuma acontecer em Portugal, o Presidente da República esteve rodeado de seguranças franceses que dificultaram o registo das suas conversas e nalguns casos impediram mesmo que os jornalistas se aproximassem.
No meio do aparato de segurança, Marcelo Rebelo de Sousa perdeu de vista António Costa e os dois andaram separados praticamente desde que chegaram ao recinto.
"Onde é que está o nosso primeiro-ministro?", perguntou o chefe de Estado, quando se deu conta disso, a meio do percurso.
Já de manhã, o Presidente tinha realçado a necessidade de convergência não apenas entre a Presidência e primeiro-ministro mas também com outras forças partidárias.