O Presidente português, que hoje cumpre três anos de mandato, defendeu em Luanda que "o seguro de vida do Governo foi a sua base de apoio parlamentar e aquilo que fez ao serviço do país".
Marcelo Rebelo de Sousa falava na conferência de imprensa final da sua visita de Estado a Angola, na Escola Portuguesa de Luanda, após ser questionado se sente que foi um pouco o "seguro de vida" do executivo minoritário do PS chefiado por António Costa, suportado por acordos com PCP, BE e PEV, numa solução inédita.
O chefe de Estado rejeitou essa leitura, contrapondo: "O seguro de vida do Governo foi a sua base de apoio parlamentar e aquilo que fez ao serviço do país. Isso é que foi o seu seguro de vida".
Em seguida, defendeu que, "para o país, a cooperação institucional era e é necessária" e existe um desejo de "normalidade constitucional que permita os objetivos de crescimento económico, criação de emprego, justiça social e estabilidade também social".
"O Presidente da República jamais pensou questionar a estabilidade da legislatura através de crises políticas ou através de incidentes de percurso, num período particularmente sensível para a economia, para as finanças e para o crescimento económico do país", afirmou.
As afirmações são proferidas no dia em que o Público noticia que os socialistas ponderam apoiar uma recandidatura de Marcelo, ainda que a decisão no partido só seja tomada em 2020.
Questionado sobre essa recandidatura, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou hoje que a saúde será um fator determinante na sua decisão, assim como haver "alguém em melhores condições" para o exercício do cargo.
"Se não for candidato, saberei sair do palco", prometeu Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado sobre as razões que podem levá-lo ou não a recandidatar-se, nas eleições presidenciais de janeiro de 2021, o chefe de Estado português respondeu que "são dois" fatores, "claros e determinantes".
"Primeiro ponto: a saúde. Este cargo é um cargo exigente. E se é exigente num mandato, é mais exigente em dois mandatos, e se é exigente numa idade, é mais exigente com mais alguns anos de idade", referiu o Presidente, que completou 70 anos em dezembro.
"Segundo: ter a noção de que sou a pessoa que está em melhores condições de cumprir a missão naquele momento", completou.
Marcelo Rebelo de Sousa reafirmou que decidiu ser candidato às eleições presidenciais de 2016 por entender que, com a atual solução de Governo minoritário do PS suportado pelos partidos à sua esquerda, "era preciso fazer a ponte".
"A ponte devia ser feita a partir da direita e não da esquerda, porque seria esquerda a mais. Vamos esperar para saber exatamente qual é a realidade vivida, para saber se não há ninguém. E se houver alguém em melhores condições, cessa aquilo que é o meu dever moral de cumprir a missão", acrescentou.