O Presidente da República recusou esta quinta-feira, 25 de Maio, comentar a situação política e de tensão no Brasil, mas garantiu que a deslocação àquele país para a celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades se mantém como programado.

"Não vou comentar o que se passa num país. (…) Em princípio - e em fim - está assente que [eu] vá estar. E o senhor primeiro-ministro também, na celebração com as comunidades portuguesas primeiro em São Paulo e depois no Rio de Janeiro," afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, em declarações transmitidas pela RTP3.

À margem da deslocação ao Luxemburgo, onde está a contactar com as comunidades portuguesas naquele país, o Chefe de Estado mantém a intenção de visitar o Brasil, apesar dos protestos violentos das últimas horas, especialmente no centro administrativo do país, Brasília.

A cidade fica fora do percurso de Marcelo e António Costa, que vão estar no Rio de Janeiro e em São Paulo, locais-satélite das comemorações que têm este ano sede no Porto. A Invicta recebe as celebrações a 9 e 10 de Junho. O Presidente segue para o Brasil no dia 10 e voltará a Lisboa a 12.

Desde ontem à tarde que milhares de manifestantes (entre 45 mil e 150 mil consoante as versões) exigem a convocação de eleições directas e a demissão do presidente Michel Temer em Brasília depois do seu alegado envolvimento num caso de suborno. Os protestos degeneraram em confrontos com a polícia, na invasão de oito ministérios e fogo posto em dois deles.

O Folha de São Paulo contabiliza 49 feridos e oito detidos nas últimas horas, depois da tensão na capital brasileira que levou o presidente brasileiro a colocar cerca de 300 militares do exército nas ruas até ao final deste mês para garantir a ordem pública.