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Marcelo lamenta que troika "não tenha descoberto há mais tempo" fragilidades da banca
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje que a 'troika' "não tenha descoberto há mais tempo" as fragilidades do sistema bancário português porque isso teria evitado uma parte dos problemas durante o período de ajustamento.
Durante uma visita às instalações do Colégio Pina Manique da Casa Pia de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre o relatório da OCDE hoje conhecido - onde se destaca que a fragilidade da banca "precisa de ser resolvida o quanto antes" - tendo sublinhado que Portugal está "a dois passos de um momento importante para a consolidação da banca portuguesa" que é a venda do Novo Banco e a resolução em simultâneo do problema dos activos problemáticos.
"Aquilo que foi uma preocupação no ano anterior e no começo deste ano foi-se compondo, está-se a compor e se há coisa que nós lamentamos é que a 'troika' não tenha descoberto isso há mais tempo. Porque se tem descoberto isso há uns quatro, cinco anos tinha facilitado muito essa decisão", defendeu.
Na opinião do Presidente da República, "mais vale tarde do que nunca" e ainda bem que as instituições internacionais descobriram que era "um problema".
"Tinha-se evitado uma parte do problema se tem tido essa descoberta um bocadinho antes", reiterou.
Relatório da OCDE não tem alterações significativas
O Presidente da República considerou que o relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) foi elaborado com números "recolhidos há algum tempo", não revelando alterações significativas.
"Acho que o relatório da OCDE vem na linha da posição anterior da OCDE, portanto é um relatório feito com números recolhidos há já algum tempo e que aponta para no fundo uma linha de continuidade relativamente às previsões da OCDE quanto ao crescimento, quanto ao emprego e quanto à balança de pagamentos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Não tem alterações significativas", concluiu o chefe de Estado. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) diz que o investimento em Portugal está mais de 30% abaixo do nível de 2005 e antecipa que o desemprego se vá manter nos dois dígitos nos próximos anos.
A OCDE divulgou hoje um relatório sobre a evolução da economia portuguesa e, no documento, antecipa "um crescimento anual moderado", de 1,2% em 2017, e refere que o consumo privado teve um papel importante recentemente, mas "deverá perder peso porque a criação de emprego é demasiado fraca para que as despesas dos consumidores continuarem a expandir-se ao nível actual".