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Marcelo diz que Costa vê violeta-rosa onde há roxo e que tenta chamá-lo à realidade
O Presidente da República voltou hoje apelidar o primeiro-ministro de "irritantemente optimista", perante uma plateia de alunos, a quem disse que António Costa teima em ver violeta-rosa onde há roxo, e que tenta chamá-lo à realidade.
Durante uma aula no Colégio Moderno, em Lisboa, que se estendeu por três horas, em que começou por falar sobre Mário Soares e depois respondeu a perguntas dos alunos, Marcelo Rebelo de Sousa situou-se ideologicamente na "esquerda da direita", definindo-se como "de direita social" e "não liberal", e declarou-se um "optimista", mas não tanto como o primeiro-ministro.
"Eu às vezes digo: não, o senhor primeiro-ministro irrita-me um bocadinho, porque é evidente que há problema e está a tentar explicar-me que não há esse problema, e não me entra na cabeça. E depois recorro a um argumento de autoridade, a que não se deve recorrer: é que eu ando a analisar a política portuguesa há 50 anos", afirmou.
Perante uma sala cheia de alunos do 10.º, 11.º e 12.º anos, o chefe de Estado referiu: "Ainda no tempo da ditadura já fazia análise, era cortada pela censura, mas fazia. Analisei todos os presidentes, analisei todos os primeiros-ministros, analisei todos os governos. Portanto, não me venha dizer que roxo não é roxo, é um violeta sei lá o quê".
"Como é que se chama a cor do PS? Rosa. É um violeta-rosa, é mais rosa do que roxo", prosseguiu, simulando um diálogo com o primeiro-ministro: "Não, é roxo. Não, é rosa".
Marcelo Rebelo de Sousa terminou esta aula considerando, com base neste seu "realismo", que o saldo das mudanças no país nas últimas décadas é positivo.
"Tenho a certeza, quando um de vocês vier daqui a uns anos falar como Presidente da República no Colégio Moderno, o país será ainda muitíssimo melhor, e eu lá de cima estarei a aplaudir", concluiu, sob aplausos.