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Marcelo elogia "convivência estável" com Governo e avisa para 2020 "muito exigente"
Depois de receber cumprimentos de natal dos membros do Executivo, Marcelo sinalizou 2019 como "mais um [ano] de convivência e convivência estável entre o Presidente da República e o Governo". Presidente avisa que 2020 será "muito exigente", desde logo com votação de metade dos orçamentos da legislatura.
O Presidente da República recebeu, em Belém, cumprimentos de natal da parte do Governo, deixando elogios à cooperação institucional do passado e lançando avisos para o futuro.
Falando depois do primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa notou que "o ano que passou foi mais um [ano] da convivência e convivência estável e solidária entre o Presidente da República e o Governo".
Marcelo comentou depois que passou uma legislatura sem que o próprio e António Costa dessem por isso, deixando elogios ao que foi feito nos últimos quatro anos. Quando Marcelo chegou a Belém, "os tempos não eram claramente de estabilidade" e a sociedade portuguesa estava então "razoavelmente dividida".
"Os anos que passaram foram de estabilidade política, institucional, financeira e económica e isso foi bom para o país", declarou o Presidente antes de começar a olhar para o futuro próximo.
Após sublinhar que os portugueses decidiram "confiar" em António Costa e no PS para continuarem a governar, precisou que tal confiança não é "ilimitada".
De seguida, Marcelo avisou que "o ano que vem é muito exigente", desde logo porque em 2020 "serão votados dois dos quatro orçamentos desta legislatura", o que "torna esse ano muito importante". "A exigência é uma sentinela que não pode dormir", disse reforçando o aviso.
"Espero que quando nos encontrarmos, inevitavelmente em circunstâncias diferentes das atuais, podermos dizer que foi um ano política, económica, financeira e institucionalmente estável. E ainda melhor se pudermos dizer que superou o ano anterior em termos de metas", disse Marcelo que, ao falar em circunstâncias distintas das de agora, parece referir-se ao final de mandato presidencial previsto para essa altura. Marcelo poderá já estar então em pré-campanha para as presidenciais do início de 2021.
Antes, António Costa havia já destacado alguns dos desafios com que o país se depara, com as alterações climáticas, a transição digital, a questão demográfica e a redução das desigualdades à cabeça para também ele concluir que 2020 será um ano "muito exigente".
"Da nossa parte sabe com o que pode contar", atirou o primeiro-ministro em jeito de promessa de manutenção, com Marcelo, do relacionamento saudável entre São Bento e Belém e "que tem sido muito positivo para a imagem externa do país e também para a unidade interna no país".
O também secretário-geral do PS realçou ainda os benefícios da "saudável convivência entre órgãos de soberania".
Os cumprimentos formais surgem no mesmo dia em que o Governo entrega, no Parlamento, o Orçamento do Estado para 2020, cuja discussão e votação acontece apenas no ano que vem.
Marcelo já tem datas para falar sobre orçamento com os partidos
Já está publicado, no site da presidência da República, o calendário das conversas sobre o Orçamento do Estado que Marcelo Rebelo de Sousa vai manter com os partidos com representação parlamentar e com os parceiros sociais.
Na terça-feira dia 17 de dezembro, o Presidente ouve os partidos que elegeram menos deputados em outubro, ficando para o dia seguinte a auscultação aos partidos mais representados no Parlamento. A receção aos parceiros sociais ficou marcada para o dia 26 de dezembro.
Calendário:
Terça-feira, 17 de dezembro:
14h00 - Livre (L)
15h00 - Iniciativa Liberal (IL)
16h00 - Chega (CH)
17h00 - Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV)
18h00 - Pessoas-Animais-Natureza (PAN)
19h00 - CDS - Partido Popular (CDS-PP)
Quarta-feira, 18 de dezembro:
15h00 - Bloco de Esquerda (B.E.)
16h30 - Partido Comunista Português (PCP)
18h00 - Partido Social Democrata (PPD/PSD)
19h30 - Partido Socialista (PS)
Quinta-feira, 26 de dezembro:
O Presidente da República recebe os Parceiros Sociais.