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Marcelo considera necessário esclarecer "se houve ou não actuação criminal" em Tancos

O Presidente da República insistiu hoje que é necessário esclarecer o que se passou com o furto de armas em Tancos, nomeadamente "se houve ou não actuação criminal, em que é que se traduziu e quem são os responsáveis".

Cofina Media
23 de Setembro de 2017 às 15:50
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Questionado pelos jornalistas sobre um relatório elaborado pelo Serviço de Informações Militares relativamente ao desaparecimento de armas de guerra dos paióis de Tancos, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a comentar o documento, publicado hoje no semanário Expresso.

 

"O que digo sobre esse caso é sempre o mesmo: os portugueses esperam e o Presidente da República espera que haja o apuramento de uma realidade que é muito importante", afirmou.

 

De acordo com o Expresso, o relatório secreto dos serviços de informações militares arrasa a actuação do poder político e militar no caso do desaparecimento de armas em Tancos, a 29 de Junho.

 

O relatório refere que o ministro actuou com grande "ligeireza, quase imprudente", sendo-lhe apontadas "declarações arriscadas e de intenções duvidosas" e uma "atitude de arrogância cínica" na condução de todo o processo.

 

No documento são apontados três cenários como "muito prováveis", referindo "tráfico de armamento para África, em concreto Guiné-Bissau ou Cabo Verde, ou um assalto promovido por mercenários portugueses contratados ou ainda por grupos de jihadistas".

 

"Naturalmente que segue uma investigação própria, mas há de chegar um dia em que teremos de apurar efectivamente o que existiu naquilo que aparentemente se configura como uma actuação potencialmente violadora de regras fundamentais do direito português. Vamos ver se se prova", afirmou o Presidente da República, que hoje passeou pelo Parque de Serralves, no Porto, onde decorre a Festa do Outono.

 

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje desconhecer "em absoluto" este relatório, não querendo comentar no detalhe o assunto "no meio de uma campanha eleitoral".

 

"Obviamente que não vou tratar assuntos desta relevância no meio de uma campanha eleitoral. A única coisa que queria dizer é que desconheço em absoluto esse relatório", vincou Costa, falando em Lagos numa acção de campanha para as autárquicas de Outubro.

 

Passos acusa Governo de "autoritarismo"

 

O líder do PSD acusou o Governo de "tiques de autoritarismo" por ocultar ao parlamento informações sobre o furto de material de guerra em Tancos. À margem de um almoço de apoio ao candidato do partido à Câmara Municipal de Marco de Canaveses, José Mota, Pedro Passos Coelho referiu-se ao relatório dos serviços de informações militares hoje noticiado pelo Expresso sobre o furto de armas em Tancos que, segundo o jornal, "arrasa ministro e militares".


"Não sei se o senhor Presidente da República está a par do que se passa, mas o parlamento não sabe de nada, temos de comprar o Expresso ao sábado para saber o que se passa com o Orçamento, para saber o que passa com os paióis militares, para termos as notícias que o Governo tem a obrigação de prestar ao parlamento?", questionou.

 

Passos Coelho lembrou que também já pediu publicamente ao governo a divulgação do relatório do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras sobre a alteração à lei da imigração, até agora sem resposta.

 

"Viram-no? Eu ainda não vi. Este Governo tem tiques de autoritarismo, é este o nome que temos de dar a estes comportamentos", acusou, defendendo que o Governo tem de prestar informação ao parlamento sobre matérias graves como as que citou.

 

Para o líder social-democrata, "o Governo, a começar no primeiro-ministro e a acabar nos ministros, ocultam informação que têm e pelos vistos ainda dão ralhetes" a deputados no parlamento, referindo-se a uma parte da notícia do Expresso, segundo a qual António Costa teria admoestado os deputados socialistas da Comissão de Defesa por não terem defendido o ministro Azeredo Lopes.

 

A este propósito, Passos Coelho lamentou que os partidos que apoiam o Governo "se ouçam tão fininho".

 

"Se tivesse acontecido num governo PSD teria havido uma gritaria enorme. Que diferença, que diferença", lamentou.

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