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Marcelo: 2017 "foi um ano contraditório"
O Presidente da República fez um balanço de 2017, sublinhando tratar-se de um ano "feito de notícias agradáveis e feito de choques muito profundos".
O Presidente da República fez hoje o balanço do ano de 2017, classificando-o como um ano "contraditório", onde apesar das boas notícias na frente orçamental o país viveu momentos de choque "muito profundos", com os incêndios que mataram mais de 100 pessoas.
Na sessão de cumprimentos de Boas Festas da Assembleia da República, que decorreu no Palácio de Belém esta terça-feira, 19 de Dezembro, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que as alegrias não podem ser esquecidas, mas mostrou-se menos optimista do que António Costa que recentemente disse que este ano foi "particularmente saboroso".
"Foi um ano contraditório. Feito de notícias agradáveis e feito de choques muito profundos", disse. Dirigindo-se ao presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, Marcelo afirmou que "necessariamente [estas duas instituições Presidência e Parlamento] acompanham o pulsar do sentido colectivo".
A declaração do primeiro-ministro recebeu críticas, tendo depois António Costa defendido que aquela frase não poderia ser lida fora do contexto em que foi dita - um enquadramento orçamental - e perante funcionários da União Europeia a trabalhar na representação de Portugal. Porém, Marcelo não quis falar de 2017 sem referir todos os eventos marcantes do ano.
O chefe de Estado sublinhou que o ano de 2017 foi "cheio, cheio demais" e identificou alguns dos acontecimentos mais marcantes.
No relacionamento entre a Presidência da República e a Assembleia da República - uma relação que tanto Ferro como Marcelo consideram que não poderia ser melhor - o ano foi marcado por "escassíssimos casos de veto e nenhum caso de fiscalização preventiva".
"É muito difícil ultrapassar o bom relacionamento entre estes órgãos", disse, dando como exemplo o facto de ter podido acompanhar informalmente a redacção final do Orçamento do Estado, que chega esta semana a Belém, justificando assim por que razão a sua decisão quanto ao documento deverá ser rápida.
Depois classificou o ano como "cheio demais" - "teríamos dispensado boa parte do que aconteceu" - "mas não teríamos dispensado os sucessos que tivemos no plano económico e financeiro e no reconhecimento internacional".
"É um facto indiscutível que nos alegra", afirmou, lembrando logo de seguida que "ao lado desses momentos de alegria tivemos momentos de profunda tristeza", com os incêndios.
O Presidente da República admitiu que o "mundo conheceu uma acalmia que não se esperaria", já que "vingou uma orientação não proteccionista" que era temida há um ano com a eleição de Trump, e a na Europa alguma decisões importantes foram adiadas.
O Presidente da República deixou ainda desejos que 2018 tenha "o melhor de 2017, não tendo o pior de 2017".
(Notícia actualizada)