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Lusa escolhe Montenegro e Trump como personalidades do ano
A mudança de ciclo político resultante das legislativas antecipadas de 10 de março, com a vitória da AD, foi eleita o acontecimento nacional de 2024 pelos jornalistas da agência Lusa, que escolheram as presidenciais nos Estados Unidos como acontecimento internacional.
A mudança de poder em Portugal, com a viragem à direita, foi o acontecimento nacional de 2024 eleito pelos jornalistas da agência Lusa, que escolheram as presidenciais nos Estados Unidos como acontecimento internacional.
Na votação, o líder social-democrata, Luís Montenegro, primeiro-ministro após a vitória nas legislativas da coligação PSD/CDS, foi escolhido personalidade nacional, enquanto a opção de figura internacional recaiu em Donald Trump, que ganhou as presidenciais nos Estados Unidos, regressando à Casa Branca quatro ano depois da derrota frente a Joe Biden.
Já na Lusofonia, Moçambique dominou as escolhas dos jornalistas da agência. O acontecimento mais votado foi a situação em Moçambique - as eleições, cujos resultados são contestados por toda a oposição, e a onda de violência pós-eleitoral que lhe seguiu e causou dezenas de mortos desde outubro.
Venâncio Mondlane, o candidato presidencial que tem liderado a contestação aos resultados, foi considerado a personalidade do ano.
Nestas escolhas participaram 76 jornalistas - 38 votaram nas eleições e mudança de ciclo político em Portugal, seguindo-se, com 24 votos, a morte de Odair Moniz e os tumultos que se seguiram na zona de Lisboa, e, com 12 votos, as polémicas no setor da saúde.
Luís Montenegro foi votado personalidade nacional por 29 jornalistas, seguindo-se os ciclistas Iuri Leitão e Rui Oliveira, campeões olímpicos em Paris, que recolheram 25 preferências. O terceiro, com 20 votos, foi António Costa, o ex-primeiro-ministro que se demitiu por ter o nome envolvido num processo judicial em 2023 e que se tornou presidente do Conselho Europeu em dezembro.
Como figuras internacionais, Donald Trump liderou a votação (41), seguido de Alexei Navalny, principal opositor de Vladimir Putin na Rússia, e que morreu em circunstâncias mal esclarecidas numa prisão na Sibéria, com 27. Corina Machado, líder da oposição impedida de concorrer às presidenciais na Venezuela, teve oito votos.
Nos acontecimentos internacionais, as eleições nos Estados Unidos, que ditaram a vitória do republicano Donald Trump, foram a escolha de 38 jornalistas.
Em segundo lugar, com 28 votos, surge a escalada da guerra no Médio Oriente -- Israel, Faixa de Gaza, Israel e Líbano -- e as cheias em Espanha, que mataram mais de 200 pessoas em outubro, tiveram nove votos.
Na Lusofonia, o acontecimento escolhido com 60 votos foi as eleições e onda de violência em Moçambique. As cheias no Rio Grande do Sul, no Brasil, que fizeram mais de 180 mortos, foram opção de nove jornalistas e a continuada instabilidade política na Guiné-Bissau teve um voto.
Além de Mondlane, com 39 votos, o pugilista David Pina, primeiro atleta de Cabo Verde a conseguir uma medalha olímpica, teve 18 votos e a poetisa Adélia Prado, vencedora do Prémio Camões, recolheu 15.
A lista de temas em votação resultou do debate entre a Direção de Informação e os editores da agência. A votação, por email, decorreu entre 19 e 26 de novembro.
Desde 2016 que os jornalistas escolhem os acontecimentos e figuras do ano nacionais, internacionais e na lusofonia.
A Lusa divulga hoje os textos sobre os acontecimentos e personalidades de 2024.