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Trump na Casa Branca gera entrada de 140 mil milhões de dólares em ações dos EUA
Os mercados abraçaram a agenda do próximo Presidente dos Estados Unidos e têm aplaudido as escolhas dos membros da nova administração.
Os investidores colocaram quase 140 mil milhões de dólares no mercado acionista norte-americano desde as eleições nos Estados Unidos, que culminaram no retorno de Donald Trump à Casa Branca. A expectativa em torno da nova administração, no que toca a corte de impostos e reformas tem animado os participantes do mercado.
A entrada de capital em novembro foi a mais elevada desde o início do século, de acordo com dados da EPFR, citados pelo Financial Times.
Este movimento tem sido um fator de ajuda para os principais índices norte-americanos que têm alcançado consecutivos máximos históricos, com os investirdes a afastarem receios de que as políticas protecionistas de Donald Trump possam levar a uma aceleração da inflação e colocar em risco a trajetória de descidas das taxas de juro pela Reserva Federal.
O índice de referência, S&P 500, valoriza mais de 5% desde a eleição, acumulando uma subida de 28% no ano. Mesmo as empresas de menor dimensão, que são vistas como mais sensíveis às flutuações na economia norte-americana, tem registado performances positivas, com o Russell 2000, um índice de "small caps", a atingir máximos históricos na semana passada pela primeira vez em três anos.
Ao "abraçar" da agenda do recém-eleito Presidente dos Estados Unidos, como diz ao Financial Times Dec Mullarkey, diretor da SLC Management, têm-se se somado as escolhas do republicano para cargos de topo na administração, que têm sido entendidos como "amigos do mercado".
Vários membros com cargos de topo são bem conhecidos ou trabalhavam em Wall Street, nomeadamente Scott Besset, que será secretário do Tesouro e Paul Atkins, entusiasta das criptomoedas, que será o responsável pelo regulador Securities and Exchange Commission.
A escolha de colocar capital nos mercados acionistas norte-americanos tem sido, no entanto, à boleia de uma rotação em detrimento de outras regiões, nomeadamente os mercados emergentes, que têm sofrido uma retirada de oito mil milhões de dólares desde as eleições, incluindo uma saída de quatro mil milhões de fundos chineses. A Europa, por sua vez, tem registado resgates de 14 mil milhões e o Japão de seis mil milhões.
Nos últimos anos, o mercado acionista dos EUA têm tido um desempenho superior à Europa, devido, em grande parte, ao balanço dado pelo setor tecnológico. Essa diferença aumentou desde as eleições, a 5 de novembro.