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Livre volta a adiar decisão sobre retirada de confiança política a Joacine
O partido reagendou para a noite de 30 de janeiro a reunião da nova direção, informando também que “poderá ser de caráter reservado a membros da Assembleia e demais órgãos" deste movimento político.
O Livre voltou a adiar a decisão sobre se retira ou não a confiança política à deputada Joacine Katar Moreira, optando por reagendar a reunião da nova direção do partido para quinta-feira, 30 de janeiro, a partir das 20h, em Lisboa.
Numa nota enviada às redações, o movimento político que alcançou a inédita representação parlamentar nas últimas legislativas informa ainda que a reunião, que estava prevista para esta noite, "poderá ser de caráter reservado a membros da Assembleia e demais órgãos do partido".
Esta é a segunda vez que é adiada a decisão sobre a deputada eleita em outubro de 2019, que no congresso de 18 e 19 de janeiro se exaltou perante os colegas do partido. Num discurso que levou o fundador Rui Tavares a sentir "vergonha alheia dos outros", acusou-os mesmo de mentir sobre a alegada descoordenação da sua atividade com a direção.
Nessa reunião magna esteve em debate uma resolução da anterior Assembleia (órgão diretivo) do Livre propondo já a retirada da confiança política à deputada. Por sugestão de Ricardo Sá Fernandes, do Conselho de Jurisdição, a deliberação foi deixada para os novos órgãos do partido.
O diferendo entre a deputada e os dirigentes do partido surgiu logo no arranque da legislatura, após Joacine decidir abster-se num voto de condenação por "mais uma agressão israelita em Gaza", apresentado pelo PCP. Os problemas ressurgiram no debate do Orçamento do Estado para 2020, com a deputada a não acatar as indicações quanto à discussão e votação na generalidade.
Se for confirmada a retirada da confiança política, o Livre poderá assim tornar-se no primeiro partido a ficar sem representação no Parlamento durante uma legislatura. É que Joacine Katar Moreira já garantiu estar "completamente fora de questão" renunciar ao mandato e deixar a Assembleia da República, devendo assim passar a deputada não inscrita.