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Joacine: "Elegeram uma mulher negra que foi útil para a subvenção, tem de ser útil para vos defender"
A deputada acusou a assembleia do partido de "mentiras, manipulação e omissão" na resolução que apresentou.
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18 de Janeiro de 2020 às 12:19
A deputada do Livre salientou este sábado, 18 de janeiro, perante o congresso, que a sua "consciência está tranquilíssima" em relação ao trabalho que efetuou, e acusou a assembleia do partido de "mentiras, manipulação e omissão" na resolução que apresentou.
Numa intervenção de pouco mais de 20 minutos, Joacine Katar Moreira Mostrou um documento com todas as iniciativas que ela e o seu gabinete levaram a cabo até agora na Assembleia da República.
"Estão aqui todas as coisas que fizemos até hoje", disse enquanto mostrava, a partir do púlpito, um dossiê com várias folhas.
Na ótica da deputada, os trabalhos desenvolvidos ao longo de dois meses de mandato, foram sendo "desvalorizados sistematicamente e manipulados".
"Este relatório fere a minha honra e a minha dignidade, está cheio de inverdades, de algumas mentiras e de manipulação e de omissão", acusou.
Apesar disso, disse que a sua "consciência está tranquilíssima" porque os motivos "são facilmente rebatidos", salientou.
"Qual é o motivo disto? O que é que faz com que os membros do meu partido, dois meses depois da minha eleição, façam um relatório cheio de inverdades e omissões?", quis saber a parlamentar.
Joacine Katar Moreira queixou-se igualmente de ver a sua liberdade limitada.
"Desde a minha eleição eu venho sucessivamente a ser confrontada com a restrição da minha liberdade de escolha, que começou com a definição do gabinete da Assembleia", frisou, apontando que "isto também não é cultura do Livre".
Sobre esta questão, Joacine sublinhou que, "oficialmente, a deputada única é que escolhe as pessoas da sua confiança pessoal e política para o gabinete", e ressalvou que "no Livre ninguém toma decisões por ninguém".
A deputada justificou ainda a razão de não ter divulgado como votaria na generalidade o Orçamento do Estado para 2020, - referida como razão para a retirada da confiança política pela assembleia do partido -, com o facto de a sua abstenção ter sido noticiada anteriormente, informação alegadamente divulgada junto da comunicação social por um dos membros do Grupo de Contacto.
"Por causa disto é que eu optei por não fazer declaração nenhuma sobre o Orçamento, isto porque um órgão da direção já o tinha feito", declarou a deputada única.
Joacine Katar Moreira lembrou ainda a declaração noticiada de que tinha sido "eleita sozinha", negando tê-la feito, e dizendo que deu até uma entrevista em que a negou. A parlamentar criticou que tal entrevista tenha sido "ignorada" pelos órgãos internos do partido.
"Afinal umas entrevistas importam muito mais do que outras", acusou, acrescentando que "ninguém é eleito sozinho".
Joacine congratulou-se com a adesão que o congresso teve (estão presentes cerca de uma centena de pessoas), notando não fazer "ideia de onde vieram", mas lamentou que o motivo não seja o melhor.
"Infelizmente, o elemento e o motivo desta união não é necessariamente a união, é a desunião", apontou, considerando isso irónico, apesar de ser "um hábito" em muitos partidos.
Joacine Katar Moreira salientou, de seguida, que "o elemento fundamental tem que ser a ética e a verdade", num momento em que está em cima da mesa o Livre retirar-lhe a confiança política.
"Eu acho que isto é algo absolutamente inédito, mas o facto é que nós também somos um partido inédito", gracejou.
Joacine notou também que, apesar de a resolução da assembleia ter sido aprovada por unanimidade, "não estavam lá todos os membros, estavam lá 22", dos 41 eleitos daquele que é o órgão máximo entre congressos.
Na sua ótica, a resolução apresentada a congresso mostra uma "vulgaridade absoluta e assustadora".
É a prova de que "muitos de nós não estamos preparados para o voto que os portugueses nos deram a 6 de outubro", considerou.
"Nunca me foi retirada a confiança política, aliás nunca me foi retirada confiança na minha existência", sublinhou, acrescentando que "esta não é a cultura do partido Livre, ao menos teoricamente".
A deputada lembrou a expressão "pontapé no estaminé", presente no hino da sua candidatura, que quer mostrar que o partido não é igual aos outros.
Apesar de ter contado com poucas reações enquanto discursava, no final a deputada foi bastante aplaudida.
Joacina, segundo conta o Expresso, voltou ao palco, depois da intervenção, já mais exaltada declarando: "Isto é uma perseguição, é inadmissível. Não sabem da missa a metade, vocês usam o ódio de que tenho sido alvo para me tentarem afastar! Eu fui eleita democraticamente". E garante: "Eu não vou renunciar para que as pessoas não se sintam defraudadas", para atirar: "Elegeram uma mulher negra que foi útil para a subvenção, tem de ser útil para vos defender. Isto é ilegal!".
(notícia atualizada às 12h47 com declarações citadas pelo Expresso)
Numa intervenção de pouco mais de 20 minutos, Joacine Katar Moreira Mostrou um documento com todas as iniciativas que ela e o seu gabinete levaram a cabo até agora na Assembleia da República.
Na ótica da deputada, os trabalhos desenvolvidos ao longo de dois meses de mandato, foram sendo "desvalorizados sistematicamente e manipulados".
"Este relatório fere a minha honra e a minha dignidade, está cheio de inverdades, de algumas mentiras e de manipulação e de omissão", acusou.
Apesar disso, disse que a sua "consciência está tranquilíssima" porque os motivos "são facilmente rebatidos", salientou.
"Qual é o motivo disto? O que é que faz com que os membros do meu partido, dois meses depois da minha eleição, façam um relatório cheio de inverdades e omissões?", quis saber a parlamentar.
Joacine Katar Moreira queixou-se igualmente de ver a sua liberdade limitada.
"Desde a minha eleição eu venho sucessivamente a ser confrontada com a restrição da minha liberdade de escolha, que começou com a definição do gabinete da Assembleia", frisou, apontando que "isto também não é cultura do Livre".
Sobre esta questão, Joacine sublinhou que, "oficialmente, a deputada única é que escolhe as pessoas da sua confiança pessoal e política para o gabinete", e ressalvou que "no Livre ninguém toma decisões por ninguém".
A deputada justificou ainda a razão de não ter divulgado como votaria na generalidade o Orçamento do Estado para 2020, - referida como razão para a retirada da confiança política pela assembleia do partido -, com o facto de a sua abstenção ter sido noticiada anteriormente, informação alegadamente divulgada junto da comunicação social por um dos membros do Grupo de Contacto.
"Por causa disto é que eu optei por não fazer declaração nenhuma sobre o Orçamento, isto porque um órgão da direção já o tinha feito", declarou a deputada única.
Joacine Katar Moreira lembrou ainda a declaração noticiada de que tinha sido "eleita sozinha", negando tê-la feito, e dizendo que deu até uma entrevista em que a negou. A parlamentar criticou que tal entrevista tenha sido "ignorada" pelos órgãos internos do partido.
"Afinal umas entrevistas importam muito mais do que outras", acusou, acrescentando que "ninguém é eleito sozinho".
Joacine congratulou-se com a adesão que o congresso teve (estão presentes cerca de uma centena de pessoas), notando não fazer "ideia de onde vieram", mas lamentou que o motivo não seja o melhor.
"Infelizmente, o elemento e o motivo desta união não é necessariamente a união, é a desunião", apontou, considerando isso irónico, apesar de ser "um hábito" em muitos partidos.
Joacine Katar Moreira salientou, de seguida, que "o elemento fundamental tem que ser a ética e a verdade", num momento em que está em cima da mesa o Livre retirar-lhe a confiança política.
"Eu acho que isto é algo absolutamente inédito, mas o facto é que nós também somos um partido inédito", gracejou.
Joacine notou também que, apesar de a resolução da assembleia ter sido aprovada por unanimidade, "não estavam lá todos os membros, estavam lá 22", dos 41 eleitos daquele que é o órgão máximo entre congressos.
Na sua ótica, a resolução apresentada a congresso mostra uma "vulgaridade absoluta e assustadora".
É a prova de que "muitos de nós não estamos preparados para o voto que os portugueses nos deram a 6 de outubro", considerou.
"Nunca me foi retirada a confiança política, aliás nunca me foi retirada confiança na minha existência", sublinhou, acrescentando que "esta não é a cultura do partido Livre, ao menos teoricamente".
A deputada lembrou a expressão "pontapé no estaminé", presente no hino da sua candidatura, que quer mostrar que o partido não é igual aos outros.
Apesar de ter contado com poucas reações enquanto discursava, no final a deputada foi bastante aplaudida.
Joacina, segundo conta o Expresso, voltou ao palco, depois da intervenção, já mais exaltada declarando: "Isto é uma perseguição, é inadmissível. Não sabem da missa a metade, vocês usam o ódio de que tenho sido alvo para me tentarem afastar! Eu fui eleita democraticamente". E garante: "Eu não vou renunciar para que as pessoas não se sintam defraudadas", para atirar: "Elegeram uma mulher negra que foi útil para a subvenção, tem de ser útil para vos defender. Isto é ilegal!".
(notícia atualizada às 12h47 com declarações citadas pelo Expresso)