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Jerónimo acusa Cavaco de arrastar decisão e promete "resposta democrática"

O secretário-geral do PCP acusou o Presidente da República de arrastar "a decisão que lhe cabe e que a situação exige" sobre o novo Governo, subvertendo a Constituição, e prometeu "uma resposta democrática dos trabalhadores e do povo".

Miguel Baltazar/Negócios
18 de Novembro de 2015 às 14:56
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"Arrastando a decisão que lhe cabe e que a situação exige, privilegiando contactos e audições com representantes do grande capital em detrimento dos órgãos de consulta constitucionalmente previstos, adiando a indispensável e obrigatória consulta aos partidos políticos, alimentando falsas soluções, Cavaco Silva opta por procurar intervir em auxílio do partido a que pertence mesmo que para isso afronte a Constituição", afirmou Jerónimo de Sousa, no parlamento.

 

Segundo o líder comunista, "quaisquer tentativas de Cavaco Silva para procurar subverter a Constituição terão a resposta democrática dos trabalhadores e do povo que lhe corresponda".

 

"Cavaco Silva assume assim todas as responsabilidades pelas consequências políticas e institucionais de eventuais decisões que, por acção ou omissão, contribuam para degradar a situação nacional e promover o confronto entre órgãos de soberania", frisou.

 

Jerónimo de Sousa instou ainda: "Cumpra-se a vontade popular, cumpra-se a vontade da maioria dos deputados da Assembleia da República, cumpra-se a Constituição da República Portuguesa".

 

O Presidente da República, Cavaco Silva, vai receber sexta-feira, no Palácio de Belém, os representantes dos sete partidos (PSD, PS, BE, CDS-PP, PCP, PEV e PAN) com assento parlamentar, sobre a situação política criada após a demissão do XX Governo Constitucional, disse hoje à Lusa fonte da Presidência da República.

 

Segundo a mesma fonte, o chefe de Estado receberá um dia antes, na quinta-feira, um conjunto de economistas com "um conhecimento da realidade económica e nacional", seguindo a série de consultas que tem estado a efectuar desde a queda do XX Governo Constitucional, liderado por Passos Coelho e Paulo Portas.

 

Contudo, fontes parlamentares adiantaram também que ainda não foi recebida qualquer notificação para audiências da parte do Palácio de Belém.

 

A moção de rejeição do PS ao programa do executivo PSD/CDS-PP foi aprovada a 10 de Novembro com 123 votos favoráveis de socialistas, bloquistas, comunistas, ecologistas e PAN. PS, BE, PCP e PEV assinaram acordos com vista à formação e investidura de um Governo liderado pelo secretário-geral do PS, António Costa, com apoio parlamentar maioritário.

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