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Jerónimo: Fazer um caso das relações familiares no Governo leva à deriva do essencial
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, rejeitou hoje fazer "um caso" das relações familiares no Governo, avisando que transformar estes momentos na questão central da vida política, resulta em que se derive daquilo que é fundamental.
No final de uma reunião, na sede do PCP, com o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, Jerónimo de Sousa foi questionado sobre o facto de PSD e BE, nos últimos dias, terem colocado na agenda política e mediática as relações familiares entre membros do Governo.
"Nós temos uma posição de fundo em relação a quem vai para o Governo, que é saber o que é que vai fazer e que políticas é que vai exercer e concretizar. Isto é que é fundamental. Agora fazer das relações familiares no Governo um caso, um facto, naturalmente a tendência, depois, é para derivar daquilo que nós consideramos fundamental", avisou.
O líder comunista rejeita assim colocar esta questão "do facto ou do ato", uma vez que há outras preocupações que devem determinar o posicionamento do partido. "Toda a força agora para discutir a legislação laboral, toda a força para continuar esta senda de avanços, com prejuízo, naturalmente, de casos ou de factos", concretizou.
Jerónimo de Sousa recusou contabilizar o número de ligações familiares. "Em relação a remodelações e entrada de novos ministros, acompanharemos a sua ação, a sua intervenção e que política pratica. Não acompanhamos esses momentos que transformam isto como a questão central da nossa vida política nacional. Não é", insistiu.
Para o líder comunista, o "que pode levar à crítica do próprio Governo" é, por exemplo, a questão da legislação laboral.
"Tivemos este encontro com o sindicato com base num convite que fizemos, tendo em conta a aproximação do desfecho das alterações à legislação laboral. Uma proposta em que o PS, com PSD e CDS, despejou o acordo de concertação social que no essencial, em alguns casos, vem agravar a situação laboral em muitos e muitos setores", criticou.