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Há 37 autarcas de saída em 2021 por atingirem limite de mandatos
O PS é o partido que está obrigado a fazer maior renovação nas eleições do outono do próximo ano, num total de 20 municípios. O risco sobe também em alguns “bastiões” social-democratas, comunistas e democratas-cristãos.
Os habitantes de 37 concelhos já sabem que vão ter um novo rosto à frente da respetiva câmara municipal ao fim de 12 anos, uma vez que os atuais presidentes estão impedidos de se recandidatar nas eleições do outono de 2021 por terem atingido o limite legal de três mandatos.
Segundo um levantamento feito pelo Público esta quarta-feira, 23 de setembro, a lei da limitação de mandatos vai obrigar a trocar 20 cabeças de lista no PS e 13 no PSD. Três autarcas do PCP - Maria das Dores Meira (Setúbal), Luís Matos (Mora) e Mário Pereira (Alpiarça) – e Victor Mendes (Ponte de Lima), do CDS, estão na mesma circunstância.
Na área socialista, que venceu as eleições de 2017 ao conquistar 159 câmaras, estão de saída, entre outros, os novos "dinossauros" de Barcelos (Miguel Costa Gomes), Viana do Castelo (José Maria Costa), Castelo de Paiva (Gonçalo Rocha), Miranda do Douro (Artur Neves), Oliveira do Hospital (José Alexandrino), Penacova (Humberto Oliveira), Seia (Carlos Figueiredo) e Vila do Bispo (Adelino Soares).
Depois de há três anos ter ficado reduzido a 79 mandatos a governo sozinho e 19 em coligação, além de ter sofrido derrotas pesadas nas grandes cidades, como Lisboa e Porto, Rui Rio já sabe que por causa da legislação em vigor vai ter de aprovar novos candidatos em municípios como Espinho (José Pinto Moreira), Vila Verde (António Vilela), Vila Nova de Foz Côa (Gustavo Duarte), Sertã (Farinha Nunes), Alcobaça (Paulo Inácio) e Monchique (Rui André).
O presidente laranja já sublinhou que as eleições autárquicas de 2021 são "um objetivo nuclear para o PSD". "Se voltamos a perder mais ainda do que já perdemos nas últimas três – e, particularmente, nas últimas duas –, o partido começa efetivamente a definhar de uma forma já estrutural", acrescentou. Esta semana, Rio deixou elogios a Paulo Portas, apontado como possível candidato da direita para Lisboa, mas notou que "nada está decidido".
Para preparar as eleições presidenciais e autárquicas marcadas para 2021, na semana passada, o Governo já autorizou uma despesa de quase cinco milhões de euros por parte da Secretaria-Geral da Administração Interna (SGAI), que é a entidade responsável pela infraestrutura tecnológica de suporte e pela gestão de todas as plataformas de apoio ao recenseamento e processos eleitorais.