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Governo: Marcelo fala em "virar de página" mas realça que "há desafios" a enfrentar
O Presidente da República considerou esta segunda-feira que nas legislativas de 30 de janeiro, que o PS venceu com maioria absoluta, o povo português deu "uma resposta" à crise política de 2021 e "houve um virar de página".
28 de Março de 2022 às 20:21
Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa realçou, contudo, que "há desafios" a enfrentar neste "novo tempo", sobre os quais prometeu falar na quarta-feira, na cerimónia de posse do novo Governo chefiado por António Costa.
"Reservo-me para o discurso de tomada de posse", afirmou o chefe de Estado. "Penso que esse é o momento adequado para falar dos desafios do novo Governo", acrescentou, tendo ao seu lado a Presidente da República Helénica, Katerina Sakellaropoulou, que hoje recebeu no início da sua visita de Estado a Portugal.
"Está virada a página, agora passamos para a página seguinte. A página foi virada, por uma coincidência que era inimaginável na altura, em vésperas da crise política internacional", prosseguiu, referindo-se à invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
O Presidente da República reiterou que na política interna "houve um virar de página", mas realçou que, "no novo tempo, além de heranças do antigo tempo" -- a pandemia de covid-19 "a converter-se em endemia" e a guerra na Ucrânia -- "depois, há desafios".
"Mas esses serão tema de depois de amanhã [quarta-feira], e não de hoje", concluiu.
Na terça-feira, 29 de março, terá início a XV Legislatura, quase dois meses depois das legislativas de 30 de janeiro, que o PS venceu com maioria absoluta. O processo foi mais demorado devido à repetição de eleições no círculo da Europa, determinada pelo Tribunal Constitucional por terem sido misturados votos válidos com votos nulos em 151 mesas de voto.
Segundo o mapa oficial da Comissão Nacional de Eleições (CNE) publicado em Diário da República no sábado, 26 de março, o PS venceu as legislativas de 30 de janeiro com 2.302.601 votos, 41,38% do total, e elegeu 120 dos 230 deputados.
O PSD ficou em segundo lugar, com 77 eleitos, e o Chega conseguiu a terceira maior bancada, com 12 deputados, seguindo-se a Iniciativa Liberal, com 8, o PCP, com seis, o BE, com cinco, o PAN, com um, e o Livre, também com um.