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Francisco Assis lamenta a "desonestidade política" de Louçã
O socialista que mais tem criticado a solução governativa do PS com o apoio do Bloco de Esquerda e do PCP responde às críticas de alguns membros do seu partido, e lamenta atitude de Francisco Louçã, esse "empedernido clérigo do trotskismo".
Tudo começa por reflexão sobre a importância da razão e da emoção na democracia à boleia de um livro de uma professora de filosofia norte-americana, Martha Nassbaum, que defende que as democracias precisa tanto da "razão" associada às ciências duras, como da "emoção" e da capacidade cognitiva que se aprende e estimula em Artes e Humanidades.
Dito de outra forma, democracias saudáveis necessitam de um equilíbrio entre a valorização da formação de "máquinas eficazes" forjadas para o sucesso e a valorização "da capacidade de reflexão crítica e em simultâneo do sentimento de empatia imprescindível para a compreensão e identificação com os outros", defende o Eurodeputado do PS, na sua coluna de opinião do Público.
E por aqui, pelo "bullying" político, pela actuação arrasadora e superficial nas redes sociais, pela desvalorização do outro e da luta de ideias, que Francisco Assis chega a Portugal, e em particular a uma "certa esquerda que, em matéria de bullying ideológico e político também não gosta de deixar os seus créditos por mãos alheias".
Em mente, como explicita depois, o político socialista tem Francisco Louçã e "alguns sectores" do seu partido, que o atacaram por ter visto evidências de instabilidade política na recente divergência quanto à descida da TSU, que deixou PS afastado de PCP e Bloco de Esquerda.
"Francisco Louçã, esse empedernido clérigo do trotskismo luso subitamente transformado em suposta consciência bem pensante da presente situação exemplifica na perfeição essa atitude arrogante, pretensiosa e sectária. O método é sempre o mesmo: em lugar de discutir argumentos procura-se desqualificar intelectual e moralmente o adversário, caricaturando o seu ponto de vista. (…) Francisco Louçã faz uma opção clara pelo campo da desonestidade política. Por vezes a caricatura está para o humor como a esperteza saloia está para a inteligência. É pena que Louçã desça a tal nível. É pena, mas é verdade", escreve Assis, em reacção às críticas do ex-líder do Bloco de Esquerda.
Assis segue para fazer um balanço misto das reacções que chegaram do PS, entre "alguns sectores do meu próprio partido [que] se empenharam em atacar-me despudoradamente na comunicação social e sobretudo nas redes sociais (hoje em dia o seu habitat natural)" e as "três personalidades de primeira grandeza da vida cívica nacional e militantes do Partido Socialista vieram a público defender a minha liberdade de expressão", referindo-se a Manuel Alegre, João Cravinho e Vera Jardim.
O agradeceu ainda o apoio que recebeu de Nuno Morais Sarmento e Paulo Rangel, pelas "considerações proferidas numa altura em que estava ser soezmente atacado pela simples razão de ter exprimido o meu ponto de vista acerca da presente conjuntura política nacional".