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Francisco Assis lamenta a "desonestidade política" de Louçã

O socialista que mais tem criticado a solução governativa do PS com o apoio do Bloco de Esquerda e do PCP responde às críticas de alguns membros do seu partido, e lamenta atitude de Francisco Louçã, esse "empedernido clérigo do trotskismo".

Francisco Assis Congresso PS
Negócios 02 de Fevereiro de 2017 às 11:36
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Tudo começa por reflexão sobre a importância da razão e da emoção na democracia à boleia de um livro de uma professora de filosofia norte-americana, Martha Nassbaum, que defende que as democracias precisa tanto da "razão" associada às ciências duras, como da "emoção" e da capacidade cognitiva que se aprende e estimula em Artes e Humanidades.

Dito de outra forma, democracias saudáveis necessitam de um equilíbrio entre a valorização da formação de "máquinas eficazes" forjadas para o sucesso e a valorização "da capacidade de reflexão crítica e em simultâneo do sentimento de empatia imprescindível para a compreensão e identificação com os outros", defende o Eurodeputado do PS, na sua coluna de opinião do Público.

O texto segue depois para encontrar em Trump, e no seu "bullying arrasador", um sinal evidente da insuficiência na formação de tais "emoções democráticas", com várias manifestações, entre as quais destaca, por exemplo, "os seus famosos tweets" como um símbolo "dos aspectos mais negativos do nosso tempo: a desistência da argumentação a consagração da proclamação definitiva e vazia".

E por aqui, pelo "bullying" político, pela actuação arrasadora e superficial nas redes sociais, pela desvalorização do outro e da luta de ideias, que Francisco Assis chega a Portugal, e em particular a uma "certa esquerda que, em matéria de bullying ideológico e político também não gosta de deixar os seus créditos por mãos alheias".

Em mente, como explicita depois, o político socialista tem Francisco Louçã e "alguns sectores" do seu partido, que o atacaram por ter visto evidências de instabilidade política na recente divergência quanto à descida da TSU, que deixou PS afastado de PCP e Bloco de Esquerda.


"Francisco Louçã, esse empedernido clérigo do trotskismo luso subitamente transformado em suposta consciência bem pensante da presente situação exemplifica na perfeição essa atitude arrogante, pretensiosa e sectária. O método é sempre o mesmo: em lugar de discutir argumentos procura-se desqualificar intelectual e moralmente o adversário, caricaturando o seu ponto de vista. (…) Francisco Louçã faz uma opção clara pelo campo da desonestidade política. Por vezes a caricatura está para o humor como a esperteza saloia está para a inteligência. É pena que Louçã desça a tal nível. É pena, mas é verdade", escreve Assis, em reacção às críticas do ex-líder do Bloco de Esquerda.

Francisco Louçã, esse empedernido clérigo do trotskismo luso subitamente transformado em suposta consciência bem pensante da presente situação exemplifica na perfeição essa atitude arrogante, pretensiosa e sectária.  Francisco Assis


Assis segue para fazer um balanço misto das reacções que chegaram do PS, entre "alguns sectores do meu próprio partido [que] se empenharam em atacar-me despudoradamente na comunicação social e sobretudo nas redes sociais (hoje em dia o seu habitat natural)" e as "três personalidades de primeira grandeza da vida cívica nacional e militantes do Partido Socialista vieram a público defender a minha liberdade de expressão", referindo-se a Manuel Alegre, João Cravinho e Vera Jardim.


O agradeceu ainda o apoio que recebeu de Nuno Morais Sarmento e Paulo Rangel, pelas "considerações proferidas numa altura em que estava ser soezmente atacado pela simples razão de ter exprimido o meu ponto de vista acerca da presente conjuntura política nacional".

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